RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro trata como estupro de vulnerável a denúncia de que oito alunos, entre 12 e 17 anos, teriam realizado sexo grupal em uma das salas do colégio Pedro 2º, um dos mais tradicionais da cidade, na terça (13). A participação de uma jovem de 19 anos --portanto, maior de idade-- está sendo apurada e chegou até a delegacia por meio de denúncias.
Segundo as investigações, estudantes da unidade de Realengo, na zona oeste, teriam marcado o ato por um grupo de mensagens. A reportagem teve acesso a alguns dos áudios dos alunos obtidos pela polícia. Nas mensagens, os jovens ainda afirmam que cenas foram transmitidas ao vivo pela internet.
"Eu vi o que estava acontecendo. Tinha mais de 16 pessoas no bagulho, era tudo do sétimo, oitavo ano. Mas tinha uma garota do 3º ano (do ensino médio), que tem 19 anos. Soube que ela foi expulsa de casa", disse uma estudante.
O caso está sendo investigado pela 33ª DP (Realengo). "A Polícia Civil prossegue a investigação. Sexo com menor de 14 anos é estupro de vulnerável e é isso que está sendo investigado", disse o delegado Flávio Rodrigues, titular da unidade. De acordo com o artigo 217-A do Código Penal, sexo com menor de 14 anos, independentemente de eventual consentimento, caracteriza estupro de vulnerável.
Em um dos áudios, uma estudante afirmou que a jovem de 19 anos teria tido relação sexual com um adolescente de 13. A informação sobre possível filmagem ou transmissão ao vivo ainda não foi confirmada pela polícia, que tem a investigação sob sigilo e ainda em fase inicial.
A Polícia Civil abriu a apuração após o Conselho Tutelar ter sido acionado pelo próprio colégio, que é federal. Procurada, a unidade de ensino disse que não iria comentar a denúncia. Em comunicado interno, a instituição afirmou que "suspendeu oito alunos que estariam envolvidos".
Um inspetor teria flagrado o grupo de alunos em uma sala. Ainda de acordo com relatos de estudantes, pelo menos 15 alunos estariam no local e teriam idade entre 12 e 17 anos.
"O que aconteceu é que 15 alunos do 5º, 6º e 7º ano foram para o bloco C, numa sala específica para fazer sexo [...]. Foram oito pessoas, pares, que fizeram a coisa lá enquanto outros sete meninos ficaram olhando", diz áudio de aluno compartilhado nas redes sociais.
No comunicado interno, a direção classificou como "atitudes inadequadas e desrespeitosas" o comportamento dos estudantes. "Foi solicitado ao Soep (Setor de Orientação Educacional e Pedagógica) que procedesse com o ofício de notificação ao Conselho Tutelar e a realização do atendimento a todas as famílias envolvidas, ações já em desenvolvimento", diz a nota.
Ainda conforme o comunicado, "considerando a não existência de materialidade, até o início da apuração da denúncia, a direção não emitiu nenhuma forma de comunicado ou realizou qualquer tipo de exposição sobre o caso, principalmente em função do envolvimento de menores, mantendo a lisura na apuração e o devido sigilo".
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