SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um policial civil foi preso nesta sexta-feira (23) suspeito de fazer parte de um grupo de policiais que extorquia dinheiro de traficantes na cidade de São Paulo e na região metropolitana. O caso é investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público,
Nesta quinta (22), um delegado e dois policiais civis, de Mogi das Cruzes, e dois militares, que trabalhavam na capital paulista, já tinham sido presos temporariamente na ação da Promotoria, com apoio da Polícia Militar e das Corregedorias da PM e da Polícia Civil.
Outras 17 pessoas, que não são da polícia, também foram presas nesta quinta-feira. Foram cumpridos 27 mandados de busca. A Promotoria não informou quem são essas pessoas.
De acordo com o Ministério Público, além dos policiais, a operação investiga traficantes com envolvimento com a facção criminosa PCC na capital.
Como o caso é mantido sob sigilo, os nomes dos presos não foram informados. A operação corre há cerca de um ano.
A investigação apurou que os pagamentos dos traficantes aos policiais eram semanais e tinham altos valores, que não foram revelados pela Promotoria, também sob a alegação de sigilo.
Segundo o Ministério Público, conhecendo os pontos de venda de drogas, os policiais passaram a forçar traficantes a efetuar o pagamento de propina, sob ameaça de prisão, caso não dessem o dinheiro. Os valores não foram revelados.
"Quando havia um desacerto com os traficantes, os agentes invadiam os locais e subtraiam, mediante violência e grave ameaça, as drogas, as armas e as quantias que localizam", diz a instituição, em nota.
A investigação também apura se comerciantes eram vítimas do grupo e se igualmente precisavam dar dinheiro aos policiais.
A Secretaria da Segurança Pública disse em nota, na quinta-feira, que as polícias Civil e Militar possuem corregedorias fortes e atuantes, que não compactuam com desvios de condutas de seus agentes.
"Ambas prestaram apoio a uma operação do Gaeco, órgão do Ministério Público", afirmou trecho da nota, sem dar detalhes da operação.
O Ministério Público e a polícia não disseram se os agentes têm defesa constituída.
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