SÃO APULO, SP (FOLHAPRESS) - Filas, falta de informação e revolta. O aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, vive uma manhã de caos nesta segunda-feira (10), após ter ficado fechado para pousos e decolagens por cerca de nove horas na véspera, o que provocou um efeito cascata. Foram 116 partidas e 117 chegadas canceladas.

A pista principal de Congonhas foi bloqueada às 13h32, após o estouro de um dos pneus de um jato executivo. No saguão, não é difícil achar gente que ficou sem dormir à noite e não tem certeza de quando vai embarcar.

Com semblante cansado e desnorteado, o policial penal Fernando Queiroz de Sousa, 50, refletia uma imagem comum no aeroporto, por volta das 7h30 desta segunda.

Ele, a mulher e um casal de cunhados saíram carro de Campo Grande (MS) e chegaram às 22h deste domingo no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, de onde partiriam às 6h50 desta segunda para férias em Porto Seguro (BA).

A ideia dos casais era fazer o check-in e dormir em um hotel no aeroporto até a hora do embarque. Porém, segundo eles, houve overbooking, e o grupo foi mandado para justamente para Congonhas -de onde deveriam decolar às 9h50. "Aí foi um festival de desinformação, ninguém sabia informar nada, apenas que o problema daqui estava refletindo lá", afirmou.

Do outro lado do aeroporto, o meteorologia Renato Gonçalves dos Santos, 40, e o analista de energia Roberto Adolfo, 53, ainda tinham cinco pessoas à frente na fila para entrar no guichê de atendimento da Gol, onde tentariam descobrir quando conseguiriam voltar ao Rio de Janeiro -os dois vieram fazer um curso em SP.

O retorno para casa estava previsto para as 20h deste domingo, quando o aeroporto estava fechado para pousos e decolagens e todos os voos haviam sido cancelados, inclusive o deles, que chegaram em Congonhas às 18h.

Sem conseguir embarcar, eles foram para um hotel e passaram a noite tentando remarcar as passagens, sem sucesso, por email e aplicativo.

Foi aí que resolverem voltar para o aeroporto e entraram na fila por volta das 6h desta segunda.

Enquanto conversavam, um passageiro que estava na longa fila do check-in batia boca de longe com o atendente, aos palavrões.

"Vai começar outra vez", afirmou Santos sobre as constantes confusões.

Há filas em todos os cantos em Congonhas, do café ao banheiro. Mas a do check-in da Gol impressionava às 7h30.

Com aglomeração, empurrões, esbarrões e falta de informação, a fila fazia o zigue-zague em frente ao longo balcão e ia para o corredor.

Lentamente, ela diminuiu uns 10 metros uma hora depois.

"Tem que ter paciência", afirmava uma funcionária da empresa aos passageiros enfurecidos na fila.


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