SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O caos gerado pelo avião de pequeno porte em Congonhas abriu uma ferida que incomoda o setor há meses.
Executivos do segmento de aviação comercial, que atende os passageiros nas grandes aeronaves, dizem que precisa ser repensada a presença da aviação geral, categoria que abrange voos não regulares, de aeronaves como helicópteros e aviões particulares. A avaliação é que esse tipo de aviação não está compatível com o aeroporto em horário de pico e alta demanda.
E o problema tende a piorar com a expansão dos slots prevista para Congonhas. Executivos do setor afirmam que os aviões pequenos costumam gastar mais tempo de ocupação da pista e são submetidos a regras diferentes, portanto, o ideal seria concentrá-los em infraestruturas como os aeroportos de Campo de Marte, Catarina, Sorocaba, Jundiaí e faixas de horários em Guarulhos.
Outra coisa que se questiona no setor é quem vai pagar a conta dos prejuízos em cascata causados às companhias aéreas e aos passageiros. De acordo com um comunicado divulgado pela Abear (associação que reúne empresas como Latam e Gol) nesta segunda (10), os prejuízos financeiros são estimados em milhões de reais.
Procurados pela reportagem, Infraero e Anac não responderam sobre os custos desencadeados pelo incidente. No mês passado, a Abear já havia mandado um comunicado para a Infraero manifestando preocupação.
"A restrição de aviões de pequeno porte na pista principal de Congonhas, principalmente em horários de pico, é uma preocupação antiga da Abear e suas associadas, que em 29 de setembro enviaram ofício à Infraero recomendando adoção definitiva dessa medida, visto que os impactos causados por incidentes na pista principal de um aeroporto de grande porte impactam milhares de passageiros", diz a Abear.
Em nota, a Infraero afirma que "o atendimento desta ocorrência foi realizado em conformidade com o Código Brasileiro de Aeronáutica, o Plano de Emergência em Aeródromo e demais requisitos aeronáuticos aplicáveis".
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