SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Alunos de Medicina da Unig (Universidade Iguaçu) foram duramente criticados nas redes sociais após o "grito de guerra" entoado pelos estudantes durante um encontro esportivo ter sido considerado ofensivo. O momento em que os alunos gritam, na plateia de uma quadra de esportes: "Ei, eu sou playboy. Não tenho culpa que seu pai é motoboy" foi gravado em vídeo e se espalhou, gerando centenas de comentários negativos.

As frases foram entoadas neste final de semana, nos Jogos Universitários de Medicina (Intermed) RJ-ES, que reúne estudantes do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, em Vassouras (RJ).

"Só podia vir da boca desses 'mediciners'", afirmou um internauta no Twitter, plataforma em que o vídeo se espalhou rapidamente. "Eles se acham os melhores em tudo", acrescentou outro.

Outro internauta sugere um novo bordão para os alunos da Unig, criticando aqueles que teriam escolhido cursar faculdade particular por não conseguir passar no vestibular das universidades públicas: "Dez mil reais. Dez mil reais. É o preço que tu paga por não ter estudado mais".

Uma terceira internauta comentou que fica feliz pelo "grito de guerra" dos alunos de medicina ter vazado nas redes. "Zoar dos alunos da [faculdade] particular é bom demais. Eles são os que falam o que querem. Onde estudei chegaram no primeiro semestre a pedir aula de anatomia separada dos demais por "serem de medicina".

Em nota, a Unig esclareceu que é contra e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação, inclusive por classe social ou condição financeira, e que lamenta profundamente o episódio.

"A intolerância, em qualquer de suas modalidades, só se presta a dividir ainda mais nossa sociedade, que, mais do que nunca, precisa de respeito, integração e união", diz a nota.

A Unig esclarece, ainda, que não tem ingerência sobre frases ditas por seus alunos, principalmente em ambiente externo, não conseguindo, portanto, evitá-las. Mas, diante dos fatos e das disposições de seu código de ética e conduta, "adotará todas as providências possíveis para que episódios similares não se repitam, pois contrários aos princípios pregados pela universidade".

SINCERAS DESCULPAS

O Diretório Acadêmico Dr. Renam Catharina Tinoco (DARCT), do curso de medicina da Unig, divulgou nota em que pede "sinceras desculpas" por atitude e conduta imaturas de certos discentes.

"Não compactuamos com nenhum tipo de repressão ou desrespeito à raça, gênero ou classe social. A ação de alguns poucos alunos não representa o pensamento dos demais. Infelizmente não temos controle sobre cada torcedor, porém todas as medidas necessárias para que isso não se repita foram tomadas", escreveu o diretório.


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