SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A filha de Walter Ramos Filho, morto a tiros dentro de um restaurante japonês em Praia Grande, no litoral de São Paulo, afirmou que o pai não tinha o hábito de frequentar o local e estava "no lugar errado, na hora errada". O idoso de 67 anos estava sentado em uma mesa do estabelecimento quando foi alvejado na cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital ainda na quarta-feira (12), dia do crime.
Preso em flagrante como autor dos tiros, Maurício Souza Alves permaneceu em silêncio durante interrogatório na DIG (Delegacia de Investigações Gerais), mas a investigação policial apontou que ele foi impedido de entrar em um bar ao lado do restaurante, por estar embriagado. O homem voltou à rua alguns minutos depois, mas em vez de ir ao estabelecimento em que foi barrado, se dirigiu ao restaurante ao lado, atirando contra Walter e contra o tricampeão mundial de jiu-jitsu Thaynã Higor, 25.
O paratleta, que esperava um carro de aplicativo na porta do restaurante, foi o primeiro a ser atingido e morreu ainda no local. Uma das teorias da Polícia Civil é de que ele e Walter teriam sido confundidos com os seguranças do bar em que Maurício foi barrado. O investigado tinha saído da prisão em maio, beneficiado pela saidinha temporária, e estava foragido há cerca de seis meses, já que precisava se reapresentar na cadeia onde ainda cumpria pena por sequestro.
"Meu pai era uma pessoa extremamente alegre, inclusive a gente colocou na coroa de flores que a risada dele é uma coisa que vai ficar marcada para todo mundo, e é isso. Ele era muito alegre, muito bem quisto por todo mundo, todos os amigos dele estão arrasados", afirmou Fernanda Ramos, filha do idoso assassinado, à TV Tribuna.
Walter Ramos morava sozinho em Praia Grande há cerca de 15 anos, viajando com frequência para São Paulo, onde trabalhava com contabilidade.
Assim como Fernanda, o pai de Thaynã também compareceu ao IML (Instituto Médico Legal) de Praia Grande para liberar o corpo do atleta. Hélio Dias da Silva definiu o filho como um "menino de ouro" e contou que ele estava planejando casamento e a construção de sua casa própria.
"Ele era um menino de ouro, todo mundo gostava dele, por onde ia só deixava amizade. Trabalhador, um cara honesto, que não era de se meter em confusão, nem nada. Tinha comprado um terreninho para fazer uma casinha pra ele, o ano que vem planejava casar, tinha noivado, pentacampeão mundial de jiu-jitsu, brasileiro, sul-americano, era um guerreiro, lutador da vida", afirmou o pai do atleta, que fez aniversário no dia do crime.
"Eu fiz 57 anos ontem e ele me ligou, 19h: 'Pai, você está em casa? Estou aqui em Praia Grande e estou indo aí para te dar um abraço e depois vou dormir na casa da minha namorada, vou direto trabalhar'. E meu filho até hoje não voltou", lamentou ele à afiliada da TV Globo.
Após alvejar Thaynã e Walter, Maurício tentou roubar uma moto, tentando atirar duas vezes contra o motociclista, que não ficou ferido. Depois, ele foi até uma pizzaria no mesmo bairro do restaurante, onde fez três reféns, entre eles um pai e uma criança.
Policias militares tentaram negociar com o suspeito, mas ao perceberem que ele estava sem munição decidiram intervir, conseguindo imobilizá-lo.
A prisão em flagrante do investigado foi convertida ontem em prisão preventiva, mas ainda não há dados sobre seu defensor.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!