SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A polarização política no Brasil já não é uma novidade. A poucos dias da eleição que irá definir quem comandará o país pelos próximos anos, eleitores relatam medo e ansiedade crescentes. Mesmo com as emoções a flor da pele, muitos engajam em incansáveis discussões nos grupos de WhatsApp.

Enquanto apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) citam casos problemas de corrupção nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores do petista apontam os problemas na condução da pandemia pelo atual presidente.

Para psicólogos, uma forma de brecar essas discussões e garantir a manutenção de relações com familiares e amigos é estabelecer regras, refletir sobre as diferentes opiniões e até preferir áudios a textos longos nas redes sociais.

Veja, a seguir, algumas dicas de psicólogas que visam garantir o bom uso de grupos nesta reta final das eleições brasileiras:

1) EVITE

Psicóloga e terapeuta familiar, Marina Vasconcellos recomenda que a máxima "religião, futebol e política não se discute" seja levada para os grupos de WhatsApp. "Não dá para discutir política em grupo de WhatsApp. A não ser que o grupo tenha criado para esta função", diz ela.

Se este for o caso, ela ainda recomenda que um aviso seja fixado e, mesmo que discussões e trocas de opiniões aconteçam, que os integrantes não ataquem um ao outro. "O ideal seria que cada um só defendesse sua posição. É importante que a pessoa fale o que acredita e os motivos que levam ela acreditar nisso", afirma a psicóloga que lamenta que a maioria das discussões se resuma a ataques.

2) ESTABELEÇA REGRAS

Para as especialistas, regras em grupos de WhatsApp são importantes. Em grupos gerais em que nem todos os participantes têm intimidade, é importante que os administradores estabeleçam normas de convivência.

Entre familiares e amigos, a regra pode ser proposta pelos mediadores e debatida entre os integrantes. Outra opção é que os diálogos sejam feitos de forma respeitosa. Para a psicóloga Lilliany Souza, o grupo é uma rede na qual as pessoas estabelecem uma forma de relação. "Essas reações afetam sim fora do grupo de WhatsApp", diz ela.

Além disso, Souza indica que, para além de regras e diretrizes, é importante que cada integrante reflita o porquê de encaminhar conteúdos com conotação política. "Qual o objetivo de falar sobre aquele tema? O que a pessoa busca? É apenas para vomitar o que pensa ou têm como objetivo um diálogo entre as pessoas sobre os temas que atravessam nossa vida?"

3) PREFIRA O ÁUDIO AO TEXTÃO

Lilliany Souza chama atenção para outra questão que envolve as discussões em WhatsApp: as mensagens instantâneas por escrito podem confundir aqueles que a recebem. Qual o tom que a pessoa mandou? Qual a intenção? Por isso, ela sugere que áudios sejam usados nesse caso no lugar de textos.

"Quando falamos por escrito existe uma margem de interpretação de que cada pessoa pode se sentir ofendido e muitas vezes isso pode gerar o conflito", diz ela.

4) RESPEITE DIFERENTES OPINIÕES

Para Souza entender que a sociedade é formada por indivíduos com pensamentos diferentes já é um grande passo. "O ser humano é composto de diversidade de pensamento, de forma de ser, acreditar, de fé e de outras questões. Entender isso é fundamental para que haja diálogo e que esse diálogo não se torne uma imposição de opinião ao outro", diz ela que conclui que "respeitar essas diferenças e entender que elas existem é fundamental para que a sua postura nessa conversa seja de uma forma diferente."


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