SÃO PÁULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A família de um paciente do Hospital Regional de Gurupi (TO) acionou o Ministério Público para denunciar o que classificou como descaso da instituição com o homem de 64 anos, que teve mais de 130 larvas retiradas da boca, após mais de uma semana de internação.
José Nonato da Costa sofreu um acidente de moto no dia 18 e ficou com lesões no rosto. Ele foi internado a princípio no município de Aliança, sendo encaminhado para Gurupi em seguida.
Segundo o filho de Nonato, Vando Pinto Costa, ele recebeu os primeiros atendimentos no corredor da instituição e estava com inchaço na língua e na região da boca. A área voltou ao normal na manhã do dia seguinte, mas o inchaço se intensificou no dia 20, quando o paciente começou a apresentar dificuldades até de respirar.
"Nesse período a gente já tinha feito a tomografia da cabeça, mas não tinha olhado para esse problema da boca. A gente sempre solicitava ao médico que investigasse. Eles fizeram troca de medicamento, mas não fizeram o exame [na boca]", explicou o filho.
Segundo ele, após uma semana de internação um especialista bucomaxilar avaliou o pai dele e chegou a dar alta para o homem [especificamente para a área bucomaxilar], constatando apenas uma fratura na região do nariz.
"Seguíamos em sofrimento. Ele já não estava respirando direito. No outro dia, por volta de meio-dia, chegou outro especialista. Ele ia passando no corredor, minha cunhada chamou ele e ele foi avaliar meu pai. Ele que constatou as larvas na boca dele. Esse médico foi essencial para a vida do meu pai", afirmou Vando.
Após a retirada das larvas, a família do homem notou melhora imediata no inchaço na região da boca. Ele ainda está internado na UTI do hospital, mas já consegue se comunicar.
INVESTIGAÇÃO
A família procurou o Ministério Público, que informou à reportagem que um procedimento administrativo foi instaurado hoje para apurar "eventual negligência no atendimento por parte do médico". O caso será investigado pela 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi, responsável pela defesa do direito à saúde.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Tocantins afirmou que "preza pelo atendimento de qualidade aos usuários do Sistema Único de Saúde". O órgão também disse que abrirá uma sindicância para apurar os cuidados dispensados ao paciente.
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