SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Responsáveis pelo transporte público da capital paulista estimam aumento de 40% no número de passageiros nos ônibus de São Paulo neste dia 30, quando será realizado o segundo turno das eleições para presidente e governador, em comparação com um domingo qualquer.
Por essa previsão, cerca de 3,3 milhões de passageiros devem contar com o passe livre somente nos coletivos municipais, da SPTrans.
No último dia 18, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) liberou prefeitos para adotar o passe livre durante o segundo turno sem que corram o risco de serem processados por improbidade administrativa ou crime eleitoral.
Segundo a SPTrans, a frota operacional em domingos convencionais é de 4.800 ônibus, mas neste dia 30 será de 6.800. Em dias úteis, os coletivos municipais transportam mais de 7 milhões de passageiros. Na última quarta-feira (26), foram colocados à disposição da população 11.925 veículos.
A administração municipal, sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB), diz que não haverá contagem de passageiros no dia da eleição no horário das 6h às 20h, porque as catracas não serão utilizadas.
Os passageiros que embarcarem nos ônibus pelas portas dianteiras deverão descer pela frente, enquanto aqueles que entrarem pelas portas traseiras terão de desembarcar por trás. "Dessa forma, todos terão garantido o direito ao transporte grátis, ainda que não possuam cartão do bilhete único", explica a autarquia.
A adoção do passe livre na capital paulista foi anunciada na última segunda-feira (24) e, segundo o prefeito, custará R$ 7 milhões. Nunes se viu pressionado após a decisão do STF que liberou a adoção do transporte gratuito durante o segundo turno.
A SPTrans também diz que irá preparar operação especial ao longo deste domingo, com reforço nas suas equipes de campo e nos terminais. "A comunicação com os passageiros também está sendo reforçada ao longo da semana, por meio de edição extra do Jornal do Ônibus e nas redes sociais", afirma.
Segundo o coordenador do Programa de Mobilidade Urbana do Idec (Instituto de Defesa do Direito do Consumidor), Rafael Calabria é arriscado colocar a mesma frota que no primeiro turno, sendo que naquela ocasião não houve passe livre.
"O passe livre tende a incentivar e ampliar muito o uso do transporte na cidade e, com isso, é possível que a gente veja lotação ou até confusão em alguns locais que fiquem muito cheios, se a frota for insuficiente", diz. "Infelizmente, a SPTrans não tem dados históricos para avaliar, porque nunca teve um passe livre tão amplo, mas há indícios fortes de que pode haver um aumento grande", completa.
Questionada sobre a possibilidade apontada por Calabria, a SPTrans disse que irá monitorar a operação do transporte no domingo e realizará ajustes em caso de necessidade.
A Secretaria de Transportes Metropolitanos do estado, sob a gestão de Rodrigo Garcia (PSDB), foi procurada, mas não informou, até a publicação desta reportagem, qual a estimativa de passageiros para domingo nos trens, metrô e ônibus da EMTU e intermunicipais, que também contarão com passe livre.
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