SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ambulantes de estádios de futebol migraram para a Avenida Paulista neste domingo (2). Para eles e elas, trata-se de uma oportunidade comercial "imperdível". Mas a 15 minutos do encerramento da votação, alguns deles estavam decepcionados.

"É o primeiro domingo que venho para a Paulista e pensei que ia vender mais. Já fui em clássicos entre Corinthians e São Paulo, Corinthians e Palmeiras, bem mais movimentados", reclama Edson Valentino, 45, que costuma vender água, refrigerantes e cervejas próximo à Neo Química Arena, do Corinthians.

Ele e a também ambulante Marilda Oliveira, 46, ofereciam aos transeuntes faixas escrito "Lula 2022 e bandeiras com o rosto do candidato do PT (Partido dos Trabalhadores). "A faixa sai mais. É barata. Estar aqui neste domingo era uma oportunidade imperdível", afirma Marilda, que também costuma trabalhar em estádios. A faixa custa R$ 5. A toalha, R$ 30.

A expectativa dos vendedores era porque o PT foi autorizado a fazer manifestação na avenida a partir das 20h30. A presença de Lula é uma possibilidade. À tarde, a movimentação de pessoas era normal para a região aos domingos.

"Não tem nada de excepcional. Já estive aqui em outros domingos em que havia mais gente. Acho que a partir das 18 a coisa vai melhorar. Mas eu não vou estar na Paulista. Pode dar confusão", teme Oswaldo Pires Valentim, 49, o Oswaldo das Toalhas. Ele é um dos vendedores que mantém o placar do candidato mais mais popular entre os compradores, algo que ficou conhecido como Datatoalha.

No caso dele, Bolsonaro estava na frente, com 357 toalhas vendidas. Lula tinha 239. Era uma exceção. Nos outros ambulantes que mantêm o placar, a vitória é do petista. As toalhas passaram a ser oferecidas neste domingo como peça de colecionador.

"Se você não levar hoje vai se arrepender. Isso aqui vai ser uma relíquia daqui a alguns anos. Vai valer muito dinheiro", assegurava Carlos Eduardo (não quis dar o sobrenome ou idade), que exibia lousa em que Lula tinha 825 toalhas vendidas contra 214 de Bolsonaro.

Não foram apenas alguns ambulantes que se decepcionaram com o movimento de pessoas na Paulista na tarde deste domingo. Pedintes também se queixavam. "Hoje é dia de eleição. Pensei que teria mais gente", irritou-se morador de rua que disse ser conhecido como Didi e que não quis dar o nome real. "Para mim, não faz diferença quem vai ganhar. Vai mudar o que na minha vida? Nada."


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