CURITIBA, PR (UOL/FOLHAPRESS) - O sonho de expandir a carreira na área de beleza da mulher foi interrompido de forma trágica para Suellen Helena Rodrigues, 29, assassinada a tiros pelo ex-companheiro, na tarde de segunda-feira (1º) em Curitiba (PR). O crime aconteceu na frente dos filhos, de 10 e 7 anos, na calçada de uma escola. Imagens de uma câmera de segurança em frente à unidade flagraram o advogado Jaminus Quedaros de Aquino, 59, atirando contra ela e fugindo -ele segue foragido.

O suspeito tem um histórico de ter sido expulso da Polícia Civil e de desobedecer uma medida protetiva, que lhe rendeu um mandado de prisão no último dia 25. A reportagem fez contato por aplicativo a Jaminus -apesar de visualizadas, as mensagens não foram respondidas.

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi expulso em 2022 da corporação por má conduta. A corporação não informou qual foi a motivação da decisão.

Tal situação causou estranheza ao primo e familiar mais próximo do suspeito. "Ele tinha dito para mim que estava aposentado. É inacreditável o que ele fez. Sempre me disse que amava os filhos. Estava bem com ela. Eu estou em choque com essa notícia", contou à reportagem o servidor público de 37 anos, que preferiu não ser identificado.

O casal já estava em conflito há alguns meses. A reportagem teve acesso a boletins de ocorrência feitos pela vítima no dia 24 de setembro desse ano por ameaça. Jaminus teria reclamado da demora da mulher em chegar em casa e insinuou que ela estaria com outros. Ele a expulsou de casa com os dois filhos pequenos de 10 e 7 anos.

A partir do episódio ela representou contra ele e pediu uma medida protetiva. A Justiça concedeu e ele quebrou a ordem judicial de ficar longe dela e das crianças no dia 17 desse mês. Foi expedido um mandado de prisão no nome do suspeito no último dia 25.

O delegado que atendeu a ocorrência, Thiago Nóbrega, afirmou que, se até as 12h40 desta terça-feira (1º) o suspeito não se entregar, um novo mandado de prisão preventiva deverá ser solicitado à Justiça.

QUEM ERA SUÉLLEN

Suéllen morava e Prudentópolis (PR) desde que nasceu. Em meados de 2013 para 2014, conheceu o homem com quem conviveria por quase 11 anos, Jaminus Quedaros de Aquino. Como não aceitava ser somente dona de casa, ela resolveu apostar na profissão, no ramo de beleza feminina e foi atrás do sonho.

"Ela fez um curso de extensão de cílios e começou a trabalhar com a irmã dela. Juntas elas alugaram um espaço e dividiam a clientela todos os dias. Ela queria investir na carreira e começar a se dedicar mais no ramo. Estava toda feliz em ganhar o seu próprio dinheiro. Sempre foi uma mãe dedicada e fazia tudo pelos filhos o tempo todo", contou a prima da vítima, de 27 anos, que não quis ter o nome divulgado pela reportagem.

Ao contrário de Suellen, Jaminus -30 anos mais velho que a então companheira- nasceu em Curitiba. Ele iniciou a carreira como bacharel em direito na Universidade Estadual de Londrina na década de 80. Após se formar trabalhou como advogado criminalista nas cidades por onde passava.

Em 2004, Jaminus passou no concurso público para investigador de Polícia no Paraná, em 2004. Ele foi designado para a função em na 9ª SDP (Subdivisão de Polícia) em Maringá. Depois foi transferido para Assis Chateaubriand, Toledo e Prudentópolis.

Em 2016, como era conhecido pelos moradores da pacata cidade de pouco mais de 52 mil habitantes, o advogado resolveu concorrer ao cargo de vice-prefeito pelo partido PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro). Porém, voltou atrás antes dos resultados das urnas eletrônicas.


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