CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - O vereador da cidade de Dona Emma (a 248 km de Florianópolis, SC) Valdir Siqueira (MDB) é suspeito de matar um amigo a facadas, neste sábado (5), durante uma discussão por política em um bar do município. Outras duas pessoas ficaram feridas no episódio.
De acordo com a delegada plantonista, Elisabete Pardo, o suspeito, que é presidente da Câmara Municipal, fugiu após o crime. A vítima, Luciano Mafassoli, 45, morreu ainda no local.
A reportagem ainda não conseguiu o contato com a defesa de Siqueira.
A autoridade policial informou que o vereador e a vítima eram amigos e nunca tiveram desentendimentos. Durante a campanha presidencial, eles teriam feito uma aposta.
"O autor estava apoiando o candidato petista, e a vítima, o presidente Bolsonaro. Eles apostaram um determinado valor em dinheiro. Deu Lula, a vítima foi e pagou a aposta", conta.
No sábado, a vítima e outros dois amigos, todos bolsonaristas, segundo a delegada, estavam desde cedo em um bar na região central, onde faziam churrasco.
Eles estavam na parte interna do estabelecimento, no balcão. Por volta das 14h20, o suspeito chegou ao local, ficou na varanda e pediu uma cerveja, ainda de acordo coma delegada.
"Depois ele foi ao banheiro e, na volta, cumprimentou os três. Dois responderam, mas a vítima se recusou a responder o cumprimento. Nesse momento começou uma discussão, uma briga, com garrafas para um lado e copos para outro. Uma confusão", explica a delegada.
O casal proprietário do bar disse em depoimento que o vereador foi até a sua caminhonete, pegou uma faca que estava sob o banco, voltou e atingiu a vítima.
"Ele foi esfaqueado no abdômen, do lado esquerdo, e na região da costela, na parte posterior, região das costas. Os outros dois amigos tentaram apartar e também foram esfaqueados", explica.
O vereador fugiu, segundo a delegada, e apesar das diligências ainda não foi localizado.
A Polícia Militar e os bombeiros foram acionados, mas Mafassoli morreu ainda no local. Os feridos foram socorridos e levados para o Hospital Maria Auxiliadora, em Presidente Getúlio (SC), e já receberam alta, segundo o hospital. Os nomes não foram revelados.
O caso foi registrado como homicídio e duplo homicídio tentado. De acordo com a delegada, no momento do crime havia cerca de dez pessoas no estabelecimento, que ainda vão prestar depoimento.
"No meu entendimento inicial teve motivação política no assassinato. Não tinha outro motivo. Ele é vereador do lado que apoia o vencedor da disputa, eles tinham apostado, o autor já tinha recebido o dinheiro, mas ainda assim foi lá provocar", diz, ressaltando que ainda é preciso ouvir as demais testemunhas para confirmar a hipótese.
"A gente sabe que está um clima complicado porque muitas pessoas do lado que perdeu não estão aceitando", acrescentou.
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