SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ex-promotora Gabriela Manssur vai assumir a defesa da empresária Elaine Caparroz, que ficou com o rosto desfigurado após ser espancada por quatro horas dentro de casa por um homem que conheceu na internet.

O crime ocorreu em 2019. Autor da agressão, o estudante de direito e lutador de jiu-jitsu Vinícius Serra teve prisão preventiva revogada na semana passada pela Sétima Câmara Criminal do Rio de Janeiro. Ele responde por tentativa de homicídio qualificado e crimes contra a vida.

O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto atendeu a um pedido de habeas corpus da defesa de Serra, sob a alegação de que ele estaria sofrendo constrangimento ilegal, devido à demora na entrega da prestação da tutela jurisdicional pelo juízo da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Com a decisão, Serra terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de sair da comarca de sua residência sem autorização judicial prévia. Ele também não poderá frequentar academias de ginásticas ou locais com venda de bebidas alcoólicas.

Caparroz decidiu lançar nesta segunda-feira (7) um abaixo-assinado online contra a decisão do desembargador. "Fui brutalmente agredida, quase cheguei a óbito e, após dois anos, o meu agressor está solto e eu correndo risco de encontrá-lo a qualquer momento", afirma ela, em mensagem enviada à reportagem

De acordo com a decisão do desembargador, Serra também não poderá entrar em contato a vítima, seus familiares e amigos, ou sair da comarca de sua residência. E deverá comparecer, mensalmente, à Justiça para informar e justificar suas atividades.

A advogada Gabriela Manssur também diz que o episódio é "injusto" e que "um homem como esse, sozinho, já é uma arma".

Ela é criadora do instituto Justiça de Saias e do projeto Justiceiras, onde Caparroz é voluntária. As organizações já ajudaram 9.780 mulheres vítimas de violência e proporcionou 40 mil atendimentos, nas áreas médica, psicológica, social e jurídica.

Conhecida por atuar em casos como o do médium João de Deus e do empresário Samuel Klein, Gabriela Manssur encerrou uma trajetória de 19 anos no Ministério Público de São Paulo para concorrer à Câmara dos Deputados nas eleições deste ano, mas não foi eleita.


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