SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu quatro ex-ministros para integrar o grupo técnico da Saúde.
O anúncio foi feito pelo senador Humberto Costa (PT-PE), um dos indicados para fazer parte da coordenação temática na fase de transição. Médico, Costa foi ministro da Saúde entre 2003 e 2005, durante o primeiro governo de Lula.
Além dele, fazem parte do grupo os médicos Alexandre Padilha, ministro da Saúde no primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2014; José Gomes Temporão, ministro da Saúde no segundo mandato de Lula; e Arthur Chioro, também ministro de Dilma entre 2014 e 2015.
Também chegou a ser anunciado o nome de David Uip, ex-secretário de Saúde em São Paulo durante o governo de Geraldo Alckmin (agora vice-presidente eleito). Conforme antecipado pela coluna Mônica Bergamo, Uip agradeceu pelo convite, mas recusou a pedido da família.
Uip coordenou o Centro de Contingência contra a Covid-19 no governo de João Doria, e liderou a resistência dos médicos de São Paulo contra o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Chegou a ser atacado diretamente pelo presidente da República e teve a sua receita pessoal de medicamentos divulgada ilegalmente em redes sociais quando se tratou da Covid-19.
O gabinete de transição, coordenado por Alckmin, é formado por 31 grupos técnicos que vão debater temas como saúde, agricultura, assistência social, cultura, economia, educação, entre outros.
"Gostaria de agradecer ao presidente Lula pelo convite e pela confiança", disse Humberto Costa ao anunciar o grupo temático. "Vamos trabalhar para garantir que a saúde no novo governo volte a ser prioridade".
Segundo o senador, a coordenação será colegiada e esta semana haverá reunião para discutir temas estratégicos.
Já o nome de Padilha era cotado para assumir o Ministério da Fazenda no futuro governo Lula, mas não ficou entre os quatro escolhidos para a coordenação da área econômica e agora foi indicado para o grupo da Saúde.
A equipe responsável pela saúde no governo de transição se reunirá pela primeira vez nesta quinta-feira (10). Padilha disse que o objetivo será "fazer um diagnóstico detalhado da situação de saúde no país".
Segundo ele, o objetivo é saber como estão "os investimentos [no setor], que medicamentos estão em falta, a situação dos contratos do Ministério da Saúde, o que tem risco de desabastecimento e o impacto da queda absurda de vacinação no país".
Com esse diagnóstico, prosseguiu Padilha, será possível que o governo Lula "possa tomar medidas mais rápido possível" tanto para aumentar a cobertura vacinal quanto em outras áreas.
Sobre a recusa de Uip em participar do grupo, Padilha agradeceu e disse que ele colaborará informalmente. Outros especialistas e entidades do setor também serão chamadas para contribuir, informou.
Segundo Alckmin, os nomes escolhidos para o governo de transição podem não ser nomeados para a gestão de Lula em 2023.
"O presidente Lula deixou claro que a transição, os que vão participar da transição, não têm relação direta com o ministério, com o governo. Podem participar, podem não participar, mas são questões bastante distintas. Esse é um trabalho de 50 dias", disse à imprensa.
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