SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A alta de Covid nas últimas duas semanas já verificada em São Paulo fez explodir o número de novos casos confirmados de coronavírus no Hospital Universitário da USP, na zona oeste de SP.
Na semana passada, o centro hospitalar não havia nenhuma internação por Covid e nenhum registro de afastamento por Covid em funcionários. Nas últimas 72 horas, porém, foram confirmados 26 casos em funcionários e sete novas internações pelo coronavírus: duas em adultos e cinco infantis.
A subida repentina preocupa pois os funcionários afastados incluem profissionais da ala pediátrica, justamente a que possui hoje maior número de internações -embora o quadro das crianças seja relativamente estável, segundo informou o epidemiologista e superintendente de saúde da USP, Paulo Lotufo.
"É preocupante devido à rapidez com que esses casos surgiram, e mesmo as crianças não apresentando um estado grave elas precisam de cuidados", explica.
A alta de internações pediátricas também já foi verificada em hospitais da rede privada em SP, como no Hospital Infantil Sabará. Nesta quinta-feira (10), o governo estadual emitiu um alerta sobre a alta de 56% nas internações de UTI por Covid no estado e de 50% em leitos de enfermaria.
"A Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde (SCPDS) do Governo de São Paulo decidiu emitir um alerta para o aumento expressivo na transmissão do novo coronavírus no Estado", disse a nota.
"Embora seja um aumento significativo, o comitê destaca que o número de pessoas internadas pela Covid ainda é bem inferior aos números observados em ondas anteriores. Circulam atualmente diversas subvariantes da variante ômicron, incluindo a confirmação de casos e óbito por infecção pela subvariante BQ.1", completou.
A preocupação maior é com crianças abaixo dos 5 anos de idade, que enfrentam percalços na imunização contra Covid, como interrupções devido à falta de doses e atrasos na campanha. Também nesta quinta-feira o Ministério da Saúde divulgou o início da distribuição de doses da Pfizer para crianças com comorbidades com menos de 3 anos.
Segundo Lotufo, a alta de casos é devido à retirada do uso de máscaras, no início de setembro, e uma maior aglomeração das pessoas nas últimas semanas. O fluxo intenso de viajantes vindos de fora, especialmente de países da Europa e Estados Unidos, colaborou também para a introdução de novas subvariantes do coronavírus, como a BQ.1, que já foi identificada em SP, no Rio de Janeiro, Amazonas e Rio Grande do Sul.
"É importante entender que as variantes surgem devido ao aumento da transmissão do vírus, e não o contrário; portanto, a presença de uma variante que pode escapar mais dos anticorpos em um momento de alta de casos é sinal para alerta", afirma.
De acordo com a nota do governo do estado, a secretaria vê a importância de redobrar os cuidados em ambientes hospitalares e serviços de saúde, incluindo farmácias.
"Recomendamos o uso de máscaras em situações de maior risco para transmissão do vírus, como transporte público, e a necessidade de uso de máscaras em serviços de saúde, incluindo farmácias, onde há maior probabilidade de pessoas sintomáticas procurarem testagem e medicamentos sintomáticos para quadros gripais", completa a nota.
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