SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio à alta de casos de Covid no país, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse que não houve nenhuma recomendação do comitê científico para a volta obrigatória do uso de máscaras.

O comitê se reúne uma vez por semana para avaliar o estágio da doença no estado e, a partir daí, sugere algumas medidas ao governador. O próximo encontro será na quarta (16), e Rodrigo afirmou, neste domingo (13), que aguarda orientações do comitê antes de tomar qualquer decisão.

"Estão criando um problema onde não existe. O comitê científico tem autonomia, ele ainda não fez nenhuma recomendação diferente. Se as evidências mostrarem a necessidade de alguma restrição, está bom", disse Rodrigo à reportagem, durante o GP São Paulo de F1.

A declaração do governador destoa do sinal de alerta proferido pelo infectologista e secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, David Uip, em entrevista publicada pela Folha na sexta (11). O comitê científico, aliás, está incorporado à secretaria que Uip comanda.

A obrigatoriedade só será possível após um decreto do governador.

"A Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde lançou uma nota de alerta [na quinta, 10] informando o aumento do número de casos e recomendando o retorno do uso de máscaras em transporte público, em locais com aglomeração e, fundamentalmente, em populações vulneráveis, como pessoas com comorbidades e idosos", disse Uip, na ocasião.

O Brasil registrou neste sábado (12) um aumento de 74% na média móvel de novos casos.

A Folha já havia antecipado uma alta de casos de Covid no estado no final de outubro e início de novembro, embora o número de óbitos ainda seja inferior ao observado em outras ondas.

Com a nova onda, médicos como Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, e o oncologista Drauzio Varella têm se posicionado favoravelmente ao uso de máscaras. Universidades como USP e Unicamp retomaram o uso da máscara em ambientes fechados.

O uso de máscara deixou de ser obrigatório em março, após decreto assinado pelo então governador João Doria. Atualmente, o uso tem caráter de recomendação, sendo necessário no estado de São Paulo somente em serviços de saúde, como postos e hospitais.


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