SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Pará está investigando a morte de um engenheiro civil mineiro assassinado a facadas em um ritual religioso no município de Parauapebas, no sudeste do estado. O suspeito do crime teria ingerido um chá alucinógeno momentos antes do assassinato. O caso ocorreu na terça-feira (15), em uma casa no bairro Jardim Canadá.

Segundo as primeiras informações apuradas pela polícia, a vítima e um casal estavam participando do ritual religioso, quando o suspeito do crime, um homem de 38 anos, ingeriu o chá.

O suspeito teria tido um surto e dito que iria oferecer Felipe Marciano Pereira da Cruz, 37, como "sacrifício". Na sequência, ele teria desferido várias facadas no engenheiro. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O suspeito fugiu do local.

Em vistoria nos cômodos da casa, a polícia revelou que existem indícios de que o local era usado em rituais de sacrifício, mas não deu detalhes se eles eram de pessoas ou de animais.

À reportagem a família da vítima contou que o engenheiro morava no Pará há mais de 10 anos. Ele veio ao estado para trabalhar e, atualmente, trabalhava como gerente de obras em uma empreiteira da região.

A família conta que soube do fato através da empresa em que ele trabalhava. "A empresa nos comunicou que o Felipe havia sido morto a facadas em um ritual religioso. Tudo que soubemos depois foi através das redes sociais. A polícia entrou em contato, mas só nos disse que há várias linhas de investigação e que não poderia informar quais eram", contou o irmão da vítima, o professor Rafael Marciano.

O irmão do engenheiro disse que toda a família, sendo os pais e mais seis irmãos, moram na cidade de Itamonte (MG) e que Felipe não tinha parentes no Pará.

TRANQUILO E RESERVADO

De acordo com o irmão do engenheiro, a vítima era reservada e não falava sobre religião com a família. "Ele sempre foi fechado. Nossa comunicação sempre foi de longe. Fica difícil saber se isso aconteceu. Se a gente perguntasse se ele frequentava algum lugar assim, ele não falaria. Sempre guardou essas informações para si".

A notícia da morte de forma violenta foi um choque para a família. "Ele sempre foi uma pessoa tranquila, que conversava com todo mundo, nunca brigou com ninguém ou teve inimigos. A gente não consegue entender a motivação de um crime desse", lamentou o irmão.

O corpo de Felipe Marciano está sendo levado para Minas Gerais e deve chegar na manhã de sexta-feira (18). O sepultamento será no mesmo dia em um cemitério da cidade de Itamonte.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado por meio da Delegacia de Homicídios de Parauapebas. As apurações estão sendo realizadas a fim de levantar informações sobre motivação e autoria do crime. Informações que auxiliem nas investigações podem ser repassadas pelo disque denúncia 181.


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