RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Militar prendeu, na noite desta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro, um dos suspeitos de envolvimento no homicídio do major dos bombeiros Wagner Luiz Melo Bonin, 42. O oficial foi carbonizado ainda vivo, de acordo com a perícia.

A prisão de Washington Rogério Magalhães Braga, 20, foi realizada pelo BPVE (Batalhão de Policiamento de Vias Expressas) e, segundo os agentes, ele teria confessado o crime. O suspeito não apresentou advogado na delegacia de homicídios, para onde foi levado.

A principal linha investigação indica que o major foi capturado na quarta-feira (16) por traficantes em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, como represália por ter fotografado barricadas instaladas na comunidade do bairro onde morava. Os obstáculos são colocados por criminosos para dificultar ou impedir a circulação de viaturas policiais.

O major pretendia, segundo amigos, repassar as fotos para a Polícia Militar realizar a desobstrução das vias. Segundo a Polícia Civil, Bonin não chegou a formalizar a denúncia em uma delegacia.

De acordo com o boletim de ocorrência, o suspeito foi encontrado quando o batalhão realizava patrulhamento na avenida Brasil, na altura do entroncamento com a BR-116 (rodovia Presidente Dutra), em Irajá, e abordou um veículo

Os policiais afirmam ter desconfiado do nervosismo dos três ocupantes e que, ao informarem que checariam seus antecedentes criminais, um dos homens teria confessado que estava fugindo.

Braga afirmou, segundo a polícia, que seguia para Campo Grande, na zona oeste, após tomar conhecimento de que policiais militares tinham estado em sua casa e encontrado pertences do bombeiro, como a carteira de motorista do oficial.

A ida dos agentes até a casa de Braga ocorreu após ele ser identificado em uma foto em um aplicativo de mensagem. Investigadores acessaram o histórico de conversas do major pelo computador e descobriram que as imagens das barricadas foram repassadas para um contato que não estava na agenda do bombeiro.

A foto desse contato tinha três homens: um deles era Braga. Os investigadores acreditam que os próprios criminosos manipularam o aparelho do agente e repassaram as fotos para solicitar autorização do tráfico para o homicídio.

A atuação dos outros dois homens que estavam no veículo está sendo apurada. O Ministério Público solicitou à Justiça a prisão temporária do suspeito por envolvimento no homicídio.

MAJOR ATUOU EM BRUMADINHO

Casado e com uma filha, o major era formado em Educação em Saúde pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Desde 2014, ele passou a operar como enfermeiro nos helicópteros dos bombeiros e no transporte de equipes do Rio Transplantes.

Em janeiro de 2019, então capitão, Bonin atuou no resgate de vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. A tragédia deixou ao menos 270 mortos; quatro corpos ainda estão desaparecidos.

A sua atuação lhe rendeu uma condecoração pela corporação, a medalha do mérito Força e Coragem.

Parentes da vítima usaram as redes sociais para se despedir. "Pessoa maravilhosa que foi tirada de nós, de forma tão terrível. Não dá pra mensurar a dor que a nossa família sente nesse momento. Horrorizada com a violência nessa cidade dita 'maravilhosa'. Deus te guarde, primo. Te amo", disse uma prima do major.


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!