SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O procurador Demétrius Oliveira Macedo, 34, preso após ser gravado agredindo a chefe dentro da prefeitura de Registro (SP), está em isolamento após quebrar o vidro de sua cela no Pavilhão II do Presídio de Tremembé, usando o estrado da cama.
A informação foi confirmada à reportagem pela Seap (Secretaria da Administração Penitenciária). Em nota, a pasta informou que o detento foi "levado preventivamente" ao setor de isolamento e deve responder a um "procedimento apuratório disciplinar" por "desobediência à ordem de servidor, falta de educação com os colegas de cela e por descumprir os deveres com a manutenção da higiene pessoal e da cela".
O comunicado não deu mais detalhes sobre a desobediência de Demétrius, que foi preso em 23 de junho, três dias depois de agredir a chefe, a procuradora-geral do município de Registro (SP) Gabriela Samadello Monteiro de Barros, 39.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela vítima, a agressão ocorreu depois que ela solicitou a abertura de um processo administrativo contra o subordinado devido a sua postura "hostil e grosseira" no ambiente de trabalho. O homem não teria gostado da atitude da profissional e foi à sala dela questionar a situação. A discussão evoluiu para os golpes do procurador contra a chefe, que ficou com várias marcas pelo corpo, principalmente no rosto.
O inquérito policial reuniu fotos e vídeos da agressão, além de depoimento da procuradora-geral, para fundamentar o pedido de prisão de Demétrius.
Em entrevista ao UOL na época do crime, Gabriela afirmou que se sentia aliviada com a decisão da Justiça de prender o suspeito. Ela disse que acredita na possibilidade de seu colega não aceitar ser comandado por mulheres, já que ele vinha demonstrando descontentamento no trabalho desde 2019, quando uma mulher assumiu o cargo de chefia da Procuradoria-geral do município ? cargo até então historicamente ocupado por homens.
Gabriela assumiu o cargo em 2021, sendo a segunda mulher na chefia da área.
NÃO TOLERE VIOLÊNCIA
O Ligue 190 é o número de emergência indicado para quem estiver presenciando uma situação de agressão. A Polícia Militar poderá agir imediatamente e levar o agressor a uma delegacia.
Também é possível pedir ajuda e se informar pelo número 180, do governo federal, criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita.
O Ligue 180 recebe denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. Também é possível acionar esse serviço pelo WhatsApp. Nesse caso, acesse o (61) 99656-5008.
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