SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O futuro parque Princesa Isabel, em Campos Elíseos, centro de São Paulo, só deve ser entregue para uso completo da população em março do próximo ano. A obra é tocada a passos lentos, conforme vizinhos do local.

Atualmente, a antiga praça, que possui 16,6 mil m², está cercada por grades. Portões foram instalados em suas extremidades. Eles permanecem abertos.

A reportagem esteve no espaço na tarde de terça-feira (22) e notou equipes realizando a poda da grama e alguns funcionários fazendo reparos nos muros. Vizinhos da praça informaram que o muro já foi refeito mais de uma vez.

"Pinta, quebra, pinta de novo, quebra e passa a massa de novo. Está encantada [a obra]", disse o comerciante Kleber Silva, 47. Conforme ele, a obra dá dois passos para trás quando um muro precisa ser reparado.

"Chega, faz um pouquinho. Quando dá 15h todo mundo vai embora", reclamou a comerciante Izat Santos, 50.

De acordo com a prefeitura, a revitalização teve início em fevereiro. As obras foram divididas em três etapas. A primeira delas envolveu a recomposição da praça com equipes próprias de corte de mato, poda de árvore, limpeza geral e reparos diversos. A segunda fase, que teve início em agosto e continua atualmente, foi a contratação de uma empresa para fornecimento e instalação de gradil.

A próxima e última fase deve ter início ainda neste mês e tem previsão de terminar em março de 2023, quando será aberta uma licitação para contratação de empresa para reforma da área de passeio e da quadra e implantação de playground e de espaço para pets.

A praça Princesa Isabel era ocupada por usuários de drogas e moradores de rua, quando, em maio, uma ação da prefeitura e da Polícia Civil os expulsou do local. O ponto havia se tornado a principal concentração da cracolândia após o grupo de dependentes químicos deixar a região da praça Júlio Prestes e migrar para o local.

Enquanto a reportagem esteve no local foi possível ver um casal e um homem brincando com seus cachorros. Algumas pessoas também usavam a praça para cortar caminho.

Sentados na grama, os namorados Leandro Liserra, 31, e Júlia Melo, 20, conversaram rapidamente com a reportagem. Para Júlia, que é estudante, o poder público queria apenas que os dependentes químicos deixassem o local. "Eles queriam expulsar os usuários, mas sem planejamento", diz.

Leandro, que é recreador, já tem planos sobre como pretende usar o espaço quando for inaugurado. "É importante para as crianças da região. As crianças do centro não dispõem da rua para brincar. A solução são as praças e parques. Minha intenção é usar para educação física em contraturno escolar."

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio Subprefeitura Sé, informou que trabalha para que, em breve, a população possa usufruir da melhor maneira possível do espaço. "Ele encontra-se aberto para que os munícipes possam diariamente ver o andamento das obras."

A gestão Ricardo Nunes (MDB) acrescenta que, diariamente, as equipes de limpeza da administração municipal fazem a coleta de lixo e objetos inservíveis, varrição e lavagem na praça Princesa Isabel.

A nota diz ainda que está em andamento um exame técnico que inclui tomografia, medição dos diâmetros dos troncos e inspeção visual das árvores.


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