RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Ex-secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, é alvo nesta quarta-feira (29) de busca e apreensão numa investigação sobre corrupção de agentes públicos por contraventores que exploram casas clandestinas de bingo.
A Operação Fim da Linha, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Federal e a Promotoria de Santa Catarina, cumpre 26 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão, sendo um deles contra Lacerda.
O coronel comandou a PM de janeiro de 2019 a agosto de 2021. Nomeado por Wilson Witzel, foi exonerado repentinamente num fim de semana por Cláudio Castro. À época, especulou-se que o atual governador fora informado sobre alguma investigação em curso contra o secretário.
A Folha não localizou a defesa do coronel. Em nota, a Polícia Militar afirmou que "não compactua com desvios de conduta e cometimento de crimes praticados por seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos". A corporação informou ter participado da operação, com equipes da Corregedoria.
Lacerda é mais um ex-integrante da cúpula da segurança da gestão Cláudio Castro alvo de investigação. Em setembro, o ex-secretário da Polícia Civil Allan Turnowski foi preso sob acusação de envolvimento com bicheiros, entre outros crimes. Ele foi solto dias depois, por decisão da Justiça, mas segue réu em duas ações penais.
O coronel da PM não está entre os 35 denunciados. Mas é alvo de busca e apreensão para aprofundamento de investigação sobre pagamento de propina a policiais.
O chefe da organização criminosa, segundo o MP-RJ, é o bicheiro Bernardo Bello. Segundo a Promotoria, "a investigação foi instaurada para apurar, inicialmente, crimes praticados por contraventores que exploram jogos de azar".
"No curso da investigação, foi identificado o responsável por confeccionar as cartelas para diversos bingos ilegais explorados por várias organizações criminosas no Rio de Janeiro, inclusive o bingo de Copacabana. Essas organizações, para viabilizar, potencializar e assegurar o gozo das vantagens financeiras, utilizam de diferentes modos de fraudar os resultados dos jogos, corrompem policiais militares, e valem-se de violência para a conquista de território", diz o MP-RJ.
A Promotoria afirmou que identificou a prática de "corrupção sistêmica" em batalhões da PM, motivo pelo qual solicitou as buscas contra policiais, entre eles Lacerda.
Durante o cumprimento de buscas, agentes da Promotoria encontraram R$ 435 mil na casa de um dos investigados.
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