RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Após a prisão de Matheus Rodrigues Azin, 28, suspeito de aplicar golpes em mulheres e homens com quem fingia manter relacionamentos, mais vítimas procuraram da 9ª DP (Catete), na zona sul do Rio de Janeiro, para denunciar o falso investidor. Duas delas são as modelos Brenda Gondacki e Eduarda Fagundes, que dizem que ele se comportava como "um príncipe" para conseguir vantagens sobre elas.

"Eu conheci o Matheus no Rio de Janeiro, ele sempre aparentava ter uma vida boa, sempre comia em restaurantes caros e se hospedava nos melhores hotéis, sempre ostentando. Ele se passava por investidor e disse que queria me ajudar a girar meu dinheiro. Acabei depositando R$ 5 mil e ele alegava que ia me dar lucros. Fiz outras transferências para ele também", disse Brenda, 23, à reportagem.

Segundo a modelo, um mês depois de passarem dias em um hotel em Curitiba, ela viu nas redes sociais que Matheus Azin estava com outra mulher. Mesmo cobrando o dinheiro, o falso investidor dava desculpas.

A mulher que Brenda Gondacki contou ter visto nas redes sociais junto com Matheus, era Eduarda Fagundes, outra vítima do golpe. Moradora de Dubai, a modelo veio ao Brasil para visitar os pais e amigos e acabou conhecendo o rapaz.

Eduarda disse que Azin disse que trabalhava com milhas. Assim, a modelo pediu para que ele desse uma bonificação na passagem aérea dela de volta para Dubai em vez de uma transferência bancária.

"Isso nunca aconteceu, ele ficava enrolando. Um belo dia o Matheus disse que ia levar as roupas dele para a lavanderia. Quando eu vi, ele tinha levado tudo dele. Procurei por ele e ele alegou que ficaríamos em outro hotel. Isso foi mais um indício que me deixou em alerta. Os dias se passaram e ele ficava me pedindo pix picado, dizendo que era pra resolver aquela questão da minha passagem, mas fui descobrir depois que era para ficar pagando jantares dele", lembrou a modelo.

Na sexta-feira (2), já próximo da viagem de Eduarda para Dubai, a modelo teve um desentendimento com Matheus Azin por conta de uma outra vítima e decidiu sair do hotel onde estavam hospedados, o Copacabana Palace, um dos mais famosos do país.

"Eu peguei minhas coisas, mas fui conversar com um amigo e entendi que de fato tinha caído em um golpe. Então voltei no hotel e comecei a gritar, chamar ele de golpista. Ele falou para os funcionários que eu era ex dele, que eu era maluca, as mesmas coisas que ele falava sobre as outras meninas. Eu então fiz uma denúncia no Disque Denúncia e passaram para a polícia", contou Eduarda.

A modelo disse se sentir aliviada com a prisão.

O CASO

De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, Matheus Azin supostamente dava desculpas de problemas em contas correntes para pedir dinheiro às mulheres e homens e, então, desaparecia, só sendo visto novamente nas redes sociais, em viagens para destinos turísticos nacionais e internacionais. Em postagens públicas, ele se mostrava em lugares como Maldivas, Portugal e México.

Após o inquérito ser aberto no Rio de Janeiro, a polícia apontou que ele é investigado em pelo menos cinco inquéritos, também por estelionato, no estado de São Paulo.

Até o momento não foi constituída defesa de Matheus Azin. A expectativa é que acontece ainda nesta quarta (7) a Audiência de Custódia para definir se a prisão será mantida ou não. A reportagem será atualizada caso haja manifestação por parte dele.


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