Por diferentes motivos, a maioria das pessoas com quem a reportagem conversou se negou a conceder entrevista. Um grupo reunido ao redor de 14 pequenas barracas reclamou da indiferença da imprensa em relação à ação do Poder Público, que recorrentemente os retira do local – apenas para voltarem a montar suas barracas na sequência.
A poucos quilômetros do local onde Silva está com a família, a aposentada Tereza de Jesus Costa Lima contou que ela e o marido têm que se revezar para não deixar sozinho o material reciclável que ele recolhe pelas ruas de Brasília para complementar as aposentadorias e, assim, conseguir pagar as prestações de R$ 262 do apartamento que receberam do governo.
"Se tivéssemos onde deixar tudo guardado, protegido, poderíamos voltar para casa. Eu poderia assistir os jogos e não teríamos que ficar aqui, expostos ao tempo e aos olhares de quem passa e pensa que estamos sujando a cidade, guardando lixo", disse Tereza.
"Aqui, não temos nem como ter um radinho. Como meu marido gosta muito de futebol, ele costuma ir assistir em um barzinho da Asa Sul ou com um vigia que o conhece. Só que ele aproveita o movimento para, na volta, apanhar mais coisas para vendermos. E eu fico aqui, cuidando de tudo”, comentou Terezinha, referindo-se às pilhas de papelão e plástico reunidas diante da barraca onde aguardava o marido chegar com o resultado da partida.
“Acredito que o Brasil vai ganhar”, apostou a corintiana, levando em conta os relatos que o marido fez das partidas anteriores para elogiar o desempenho dos jogadores convocados pelo técnico Tite. Quando a reportagem deixou o local, no início do segundo tempo, o jogo permanecia zero a zero. Nos pênaltis, contudo, o Brasil perdeu para a Croácia por 4 a 2.
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