BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC (FOLHAPRESS) - Dez pontos da Praia Central de Balneário Camboriú, cuja faixa de areia foi alargada no ano passado, estão impróprios para banho segundo análise do IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina), realizada na última segunda-feira (12).

A situação tem relação com o nível de coliformes fecais na água, conforme o IMA. No último sábado (10), a reportagem circulou pelas praias da cidade e uma das reclamações dos turistas era o mau cheiro na Central.

"É uma praia meio fedida, não? Tem um mau cheiro muito forte", disse a psicóloga Luciana Gomes Rodrigues, 32, que veio de Tangará da Serra (MT) com o marido, o supervisor de vendas Oscar Brito Souza, 27.

O diretor-geral da Emasa (Empresa Municipal de Águas e Saneamento), Douglas Costa Beber, nega que a situação tenha relação com o esgoto da cidade.

Ele diz que a qualidade da água nesses pontos foi deteriorada por conta das chuvas no começo do mês. Segundo ele, a precipitação registrada foi de 130 milímetros, superior ao esperado.

O relatório do IMA aponta que não chovia no momento da coleta da água, em 12 de dezembro. Porém, foi constatada precipitação de moderada a intensa nos dois relatórios anteriores, em 5 de dezembro e 30 de novembro, quando o ingresso na água foi desaconselhado pelo órgão em toda a praia central.

Já em 21 de novembro não chovia e dois dos dez pontos de análise estavam impróprios.

A classificação da balneabilidade considera um período maior de tempo. Segundo resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), para um local ser considerado apto para banho são levadas em conta as amostras de cinco semanas anteriores, que devem conter no máximo 800 da bactéria Escherichia coli por 100 mililitros.

Hoje, os dez pontos da Praia Central estão abaixo desse referencial, porém, é preciso que essa marca permaneça nas próximas coletas, feitas semanalmente pelo IMA.

Por conta disso, para mostrar a "condição real das praias", segundo Beber, uma empresa terceirizada da Emasa, que já faz a análise da água, fará a coleta das amostras e divulgará os resultados três vezes por semana a partir desta quinta.

Há ainda outro ponto impróprio para banho que fica na Lagoa de Taquaras, a quatro quilômetros de distância da Praia Central. Segundo Beber, esse ponto não tem contato com a água do mar, porém estão sendo feitos estudos na área para ver o que pode ser feito.

Em janeiro, com o alargamento da faixa de areia da praia, banhistas e bombeiros notaram a presença de bancos de areia e de correntes do mar de forma mais frequente. A mudança pode ter deixado o mar mais agitado, com mais ondas.

O Corpo de Bombeiros reforçou seu efetivo no espaço para evitar afogamentos e a necessidade de resgates. A obra já gerou polêmicas, com o caso de mulheres que atolaram na faixa de areia e o de um homem em situação de rua achado dentro de uma tubulação.

A megaobra, que teve início em 22 de agosto do ano passado, ampliou a largura da faixa de areia de 25 metros para 75 metros -com possibilidade de retração de até cinco metros após um período de assentamento.


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