SÃO PAULO, SP (UOL - FOLHAPRESS) - A pandemia impulsionou um negócio que, no Brasil, engatinhava: as pesquisas clínicas para a produção de remédios ou vacinas feitas fora de laboratórios (descentralizadas) farmacêuticos ou de biotecnologia.

Uma das líderes globais nesse segmento, a americana Care Access, adquiriu a brasileira IBPClin em junho e, agora, anuncia parceria com mais quatro núcleos de pesquisas no eixo Rio-São Paulo.

As instalações servirão de base para a condução de pesquisas clínicas na América Latina. A empresa planeja inaugurar mais quatro centros de pesquisa em Buenos Aires, na Argentina, no próximo ano.

Essas pesquisas funcionam assim: em vez do paciente ir ao centro de pesquisa para se submeter ao teste, o centro envia para casa dele um kit, contendo o medicamento a ser testado. Caso seja um procedimento o objeto do teste, um pesquisador encarregado vai até o paciente.

Com o aval da Anvisa para esse tipo de negócio, grandes grupos passaram a investir no país como polo de inovação. A diversidade étnica da população atrai as empresas. Devido à miscigenação, drogas ou vacinas testadas aqui têm mais chance de funcionarem em outros países.

Outro atrativo é um projeto de lei em tramitação no Congresso que pretende dar incentivos ao setor. Se ele passar, a projeção é de que o faturamento seja de R$ 2 bilhões por ano. Há pouquíssimas empresas disputando esse segmento (testes descentralizados) atualmente no país.

Hoje, 8.805 estudos de pesquisa clínica são realizados no Brasil ?42% do total de pesquisas clínicas conduzidas na América Latina. Apesar da liderança no cenário regional, o Brasil concentra apenas 2% das pesquisas clínicas mundiais ?os testes descentralizados detém uma participação ainda pequena deste total.

Cada pesquisa clínica demanda em média cinco a 10 anos para ser concluída e, deste total, somente 10% resultam em medicamentos aprovados para uso comercial.


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