BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na manhã desta quinta-feira (22), o nome Anielle Franco para o Ministério da Igualdade Racial, pasta que será criada pelo novo governo.
Franco é irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 junto com seu motorista, Anderson Gomes. Ela é também diretora do instituto que leva o nome da política carioca, integrou a equipe de transição e, nesta quarta-feira (21), se reuniu com Lula em Brasília.
Além da experiência como ativista e do apoio do movimento negro, por exemplo por meio da Coalizão Negra por Direitos, ela atende a uma demanda da sociedade e da ala mais à esquerda do petista para que sua Esplanada seja mais diversa.
O futuro presidente também anunciou o nome da especialista em violência de gênero, Cida Gonçalves, para comandar o Ministério da Mulher.
Ela foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra a mulher tanto nos governos de Lula e também de Dilma Rousseff (PT), e também integrou o grupo de transição.
Ainda, o advogado Silvio Almeida foi escolhido como ministro dos Direitos Humanos.
No primeiro anúncio ministerial, Lula acabou criticado por nomear apenas homens, brancos e aliados.
Na ocasião, no início de dezembro, foram escolhidos o governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a Casa Civil; o diplomata Mauro Vieira para o Itamaraty; o ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro para a Defesa; o ex-ministro Fernando Haddad (PT) para a Fazenda; e o senador eleito Flávio Dino (PSB) para o Ministério de Justiça e Segurança Pública, único não petista da lista, mas amigo de longa data do presidente eleito.
O futuro governo irá ampliar bastante o número de ministérios, retomando as 37 pastas que formaram a Esplanada no segundo mandato de Lula e no primeiro de Dilma Rousseff (PT).
Jair Bolsonaro (PL) entregará seu mandato com 23 ministérios, enquanto Dilma sofreu o impeachment com um recorde de 39.
POVOS INDÍGENAS
Já a pasta dos Povos Indígenas, outra que Lula prometeu criar durante sua campanha, terá que esperar para saber quem estará em seu comando.
A falta do anúncio nesta quinta, porém, não surpreendeu integrantes do movimento indígenas ouvidos pela reportagem, sob reserva, que já esperavam que a divulgação aconteceria depois do feriado de Natal.
O nome mais cotado é o de Sônia Guajajara, deputada federal eleita pelo PSOL de São Paulo e uma das três lideranças indicadas pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) para ocupar o cargo.
Também foram recomendadas Joênia Wapichana, deputada federal não reeleita da Rede de Roraima, e o vereador de Caucaia (CE), Weibe Tapeba (PT).
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