SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A chuva intensa que atingiu Campinas (SP) nesta quinta-feira (19) deixou um rastro de destruição na cidade, com pontes destruídas ou interditadas, quedas de árvores, alagamentos e dezenas de famílias desalojadas.

De acordo com a Defesa Civil do município, foram registrados 23 alagamentos de imóveis, 12 quedas de muros, 10 quedas de árvores e 10 casos de erosão do solo. Além disso, três pontes caíram (no Jardim das Bandeiras, no Jardim Boa Esperança e no Jardim Santa Letícia) e outra está interditada pelo risco de desabamento, no Parque Brasília. Também houve um deslizamento e há muros e árvores em risco de cair.

Segundo o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), nesta sexta (20) são esperadas chuvas a qualquer momento do dia, com possibilidade de temporais à tarde e à noite. Novos alagamentos e enxurradas também podem ocorrer, segundo o órgão. Para o sábado (21) e o domingo (22) a previsão indica risco de tempestades severas à tarde, com chance de vendaval e queda de granizo.

Os estragos das chuvas dos últimos dias estão por todas as regiões da cidade. Estão desalojadas 20 famílias do Beco Mokarzel, no distrito de Sousas, 10 famílias que vivem no Jardim Ipaussurama e uma família do Jardim Satélite Íris. Todas foram acolhidas por parentes, segundo a gestão municipal.

A Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos informou que prestou atendimento aos afetados com a distribuição de 20 cobertores, 20 colchões e oito cartões Nutrir, que permite a compra de alimentos.

Campinas sofre com chuvas intensas há três dias consecutivos. Nesta quinta, um veículo foi arrastado pela correnteza no momento em que passava por uma ponte que foi destruída na rua Ferdinando Turquete, no Jardim das Bandeiras 2. Não há informações sobre feridos.

Fotos e vídeos circulam pelas redes sociais com imagens impactantes como resgate de pessoas em enxurradas e carros arrastados pela força das correntezas.

Na terça (17), o viaduto São Paulo, conhecido como viaduto Laurão, na avenida Moraes Sales, ficou alagado por cerca de duas horas. Foi a primeira vez na história que o trecho alagou.

O Campinas Shopping também teve problemas causados pela chuva, com alagamento da área interna e queda de parte de um forro afetado por infiltração. O centro de compras informou, em nota, que esses pontos de infiltrações foram identificados e isolados e que as atividades já foram retomadas, com suporte a lojistas e clientes.

De acordo com a Defesa Civil Municipal, foram registrados altos índices de precipitação no município em pouco tempo, o que colabora para a ocorrência de estragos. Em cerca de sete horas, segundo o órgão, foram registrados 147,3 mm de precipitação no ponto de captação de água, no distrito de Sousas. Em outro ponto de medição, no Jardim das bandeiras, foram contabilizados 125,4 mm de chuva.

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), visitou algumas das áreas afetadas e disse que na região do Jardim São José e Jardim das Bandeiras choveu 120 mm em um intervalo de apenas duas horas, o que corresponde a mais de 40% da média esperada para todo o mês de janeiro. Ele anunciou aditivo de R$ 6.093.390,87 no contrato de tapa-buracos e de R$ 1.956.230,96 para poda de árvores.

Além das equipes que já atuam no rescaldo das chuvas -todo o pessoal da Secretaria de Serviços Públicos está na rua para reparar vias e remover árvores caída, diz a gestão-, outras autarquias colocaram seus efetivos à disposição para auxiliar nos serviços.


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