SÃO PAULO, SP E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A chuva intensa que atingiu Campinas (SP) nesta quinta-feira (19) deixou um rastro de destruição na cidade, com pontes destruídas ou interditadas, quedas de árvores, alagamentos e dezenas de famílias desalojadas. Duas pessoas morreram na região.

Em Campinas, um homem de 65 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca ao ver sua casa alagada.

De acordo com familiares, o idoso ficou nervoso e passou mal ao ver a água invadindo sua casa e causando estragos, no bairro Jardim Santa Lúcia. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas não foi possível reanimar a vítima, que sofria de problemas cardíacos.

Em Indaiatuba, um homem morreu provavelmente após ser atingido por um raio durante o temporal. Segundo o Corpo de Bombeiros, o homem foi encontrado por moradores caído em um terreno baldio inundado, no Jardim Carlos Aldrovandi. Ele tinha uma queimadura no tórax e uma lesão no pé, o que, segundo a corporação, indica que ele recebeu uma descarga elétrica causada por um raio.

A vítima foi socorrida e levada para o Hospital Augusto de Oliveira Camargo, mas morreu antes mesmo de receber atendimento médico.

Nesta sexta (20), a Prefeitura de Campinas decretou situação de emergência. Também foi determinada a liberação de auxílio-moradia no valor de R$ 605 ao mês para famílias que tiveram que deixar suas casas -sejam desabrigados ou desalojados.

De acordo com a Defesa Civil do município, o volume de chuva registrado nas últimas 72 horas é de 209,6 mm. O órgão registrou 23 alagamentos de imóveis, 12 quedas de muros, dez quedas de árvores e dez casos de erosão do solo.

Além disso, três pontes caíram (no Jardim das Bandeiras, no Jardim Boa Esperança e no Jardim Santa Letícia) e outra está interditada pelo risco de desabamento, no Parque Brasília. Também houve um deslizamento e há muros e árvores em risco de cair.

FIM DE SEMANA

Segundo o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp, nesta sexta (20) são esperadas chuvas a qualquer momento, com possibilidade de temporais -novos alagamentos e enxurradas podem ocorrer. Para o sábado (21) e para o domingo (22), a previsão indica risco de tempestades severas à tarde, com chance de vendaval e queda de granizo.

Os estragos das chuvas dos últimos dias são vistos em todas as regiões de Campinas. Estão desalojadas 20 famílias do Beco Mokarzel, no distrito de Sousas, dez famílias que vivem no Jardim Ipaussurama e uma família do Jardim Satélite Íris. Todas foram acolhidas por parentes, segundo a gestão municipal.

A Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos disse que prestou atendimento aos afetados com a distribuição de 20 cobertores, 20 colchões e oito cartões Nutrir, que permite a compra de alimentos.

TRÊS DIAS DE CHUVAS

Campinas sofre com chuvas intensas há três dias consecutivos. Nesta quinta, um veículo foi arrastado pela correnteza no momento em que passava por uma ponte que foi destruída na rua Ferdinando Turquete, no Jardim das Bandeiras 2. Não há informações sobre feridos.

Fotos e vídeos circulam pelas redes sociais com imagens impactantes como resgate de pessoas em enxurradas e carros arrastados pela força das correntezas.

Na terça (17), o viaduto São Paulo, conhecido como viaduto Laurão, na avenida Moraes Sales, ficou alagado por cerca de duas horas. Foi a primeira vez na história que o trecho alagou.

O Campinas Shopping também teve problemas causados pela chuva, com alagamento da área interna e queda de parte de um forro afetado por infiltração. O centro de compras afirmou, em nota, que esses pontos de infiltrações foram identificados e isolados e que as atividades já foram retomadas, com suporte a lojistas e clientes.

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), visitou algumas das áreas afetadas e disse que na região do Jardim São José e Jardim das Bandeiras choveu 120 mm em um intervalo de apenas duas horas, o que corresponde a mais de 40% da média esperada para todo o mês de janeiro. Ele anunciou aditivo de R$ 6.093.390,87 no contrato de tapa buracos e de R$ 1.956.230,96 para poda de árvores.

Além das equipes que já atuam no rescaldo das chuvas -todo o pessoal da Secretaria de Serviços Públicos está na rua para reparar vias e remover árvores caída, diz a gestão-, outras autarquias puseram seus efetivos à disposição para auxiliar nos serviços.


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