SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura de São Paulo discute dar R$ 1 bilhão ao governo estadual para obras de expansão do metrô na cidade. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) sugeriu que esse dinheiro seja usado em uma extensão da linha 1-azul de Jabaquara até o Jardim Miriam, na zona sul da capital, mas esse trecho não consta no planejamento estadual para a expansão da rede do transporte sobre trilhos e haveria dificuldades técnicas para ser concretizado.

A ideia foi ventilada pelo prefeito nesta quinta-feira (26) na cerimônia que celebrou a chegada da tuneladora, popularmente chamada de tatuzão, ao ponto onde será construída a estação Freguesia do Ó da linha 6-laranja, na zona norte. Nunes já se reuniu com o secretário de Transportes Metropolitanos, Marco Antonio Assalve, para tratar do assunto.

Na reunião, os representantes do governo estadual já teriam informado que o pátio de manobras de trens da linha 1-azul, no Jabaquara, dificultaria qualquer obra na linha. Além disso, a expansão da linha em direção ao sul não está prevista no Pitu (Plano Integrado de Transportes Urbanos), programa de transportes metropolitanas do governo estadual que orienta a expansão de trem e metrô ao longo de décadas.

"Esse [trecho] até o Jardim Miriam é uma coisa que a prefeitura gostaria [que fosse feito] e eles ficaram de fazer os estudos. Preliminarmente, eles disseram que tem uma dificuldade por conta do pátio do manuseio dos trens", disse Nunes.

Assalve, que também estava na cerimônia na Freguesia do Ó, foi reticente quanto à possibilidade de levar o metrô ao Jardim Miriam e disse que Nunes e Tarcísio ainda devem conversar mais sobre a ideia.

A zona sul da capital é a base eleitoral do prefeito, onde ele obteve a maior parte dos votos que o elegeram vereador por dois mandatos. Na região, já está em andamento a maior obra viária e de combate a enchentes da cidade: o prolongamento da avenida Carlos Caldeira Filho e a construção de dois viadutos próximos à avenida Elis Maas, no Capão Redondo, que passarão sobre um novo reservatório de água no córrego Morro do S.

Caso a ideia de levar o metrô ao Jardim Miriam não vá para frente, o dinheiro que a prefeitura quer disponibilizar poderia ser usado para complementar obras de expansão que já estão em andamento.

"A gente falou o seguinte: o que vocês tem para ampliar o serviço de CPTM e metrô na cidade? O que vocês tiverem, que puder ser acelerado ou fazer acontecer, a gente está colocando à disposição [a verba]", disse o prefeito.

A prefeitura já planeja construir um novo terminal de ônibus no Jardim Miriam, e a intenção ao sugerir a extensão da linha é integrar os dois modais.

ViaMobilidade Após uma reunião com representantes da ViaMobilidade, concessionária das linhas 8-diamante e 9-esmeralda, o governador Tarcísio Gomes (Republicanos) disse nesta terça-feira (26) que sua gestão não pretende romper o contrato com a empresa. O Ministério Público de São Paulo pede o fim da concessão com base em um inquérito contra a empresa, conforme já anunciou o promotor Sílvio Marques, titular da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público.

"A conversa [com a concessionária] foi excepcional, foi muito boa. O que está acertado é que eles vão investir mais de R$ 500 milhões além do que está previsto no plano de negócio", disse o governador. Ele destacou a compra de 36 novos trens, dos quais 16 devem entrar em operação em maio, e a previsão de renovação da linha aérea de energia e nas estações.

Ele defende que a questão das falhas nos trens seja resolvida administrativamente, no diálogo com a empresa. "A gente espera que se equacione o problema, e acho que temos agora que acompanhar isso e ter a crença que essas medidas serão suficientes. Se não forem, vamos tomar outras providências", disse Tarcísio.

A Promotoria, por outro lado, diz que a empresa deixou de fazer manutenção preventiva nos trens e nas linhas, o que tem provocado descarrilamentos e outros problemas. A linha 8-diamante teve dois descarrilamentos em pouco mais de um mês.

A falha que ocasionou esse problema em dezembro passado poderia ter provocado colisões entre vagões e acidentes com mortes, segundo o Ministério Público, com base no depoimento de um maquinista que operou trens a serviço da concessionária e relatou falhas.


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