SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Monique Medeiros foi afastada do cargo que ocupava na Secretaria de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro após preenchimento irregular na folha de ponto. Ela responde em liberdade pela acusação de ter matado o filho, Henry Borel, em março de 2021. Monique nega participação e diz ter sido vítima de um relacionamento abusivo com o ex-vereador Jairo Souza, conhecido como Doutor Jairinho.
Quem é Monique?
Professora e funcionária concursada da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, casou-se com Jairinho, também acusado de participação na morte de Henry.
Antes de conhecer Jairinho, foi diretora na escola municipal Ariena Vianna da Silva, em Senador Camará, na zona oeste do Rio. Depois, pediu exoneração do cargo de diretora e passou a trabalhar no Tribunal de Contas do Município do Rio (TCM). Ela passou morar em um condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca.
No último dia 22, retornou ao trabalho e foi alocada em um almoxarifado, mas, no dia seguinte, apresentou um atestado pedindo afastamento de 60 dias. O pedido que foi suspenso após perícia da Prefeitura, com alegação de que houve um preenchimento irregular da folha de ponto dela. Uma sindicância foi instaurada para apurar o caso.
O Caso
Em 8 março de 2021, o filho de Monique, Henry Borel, 4, foi morto de forma brutal. Segundo laudo pericial, Henry teve 23 lesões no seu corpo, que acabaram ocasionando morte por hemorragia interna e laceração hepática causada por ação contundente. Henry foi levado por Monique e Jairinho ao hospital, onde foi constatada a morte.
Monique e Jairinho foram presos em abril do mesmo ano acusados de envolvimento na morte do menino. O pai do menino, Leniel Borel, relatou que Monique expressava frieza em relação à morte do garoto.
Em abril, o delegado da 16ª DP Henrique Damasceno disse que Monique foi a um salão de beleza um dia depois do enterro do garoto. Monique também fez selfie na delegacia, poucos dias após a morte, segundo a Folha de S.Paulo. O gesto foi interpretado como frieza por parte dela. A defesa de Monique negou e disse que a selfie foi retirada do contexto.
Em maio de 2021, o Ministério Público ofereceu denúncias contra Monique por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.
Já Jairinho foi denunciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha.
Em depoimento, Monique disse que tinha um relacionamento abusivo com Jairinho e que, na noite da morte, foi acordada por ele e encontrou o menino gelado e "olhando para o nada" no quarto do casal. Jairinho, por sua vez, se disse inocente e jurou que não "encostou a mão em um fio de cabelo de Henry".
Liberdade concedida
Monique ficou presa no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. Em seu primeiro depoimento à Justiça, no dia 9 de fevereiro, relatou agressões e ameaças diárias.
Na ocasião, Monique disse à 2ª Vara Criminal do Rio que não se sentia segura na prisão e temia pela própria vida.
Em agosto de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva e concedeu liberdade a Monique. A decisão foi do ministro João Otávio de Noronha. A data do julgamento da morte de Henry ainda não foi definida, mas ele será por júri popular. O que se sabe é que 25 pessoas serão convocadas, sendo que sete delas irão compor o júri.
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