RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) aplicou, nesta quinta-feira (26), uma interdição cautelar no colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, 32, acusado de estuprar pacientes sedadas. Com isso, ele fica com o registro temporariamente suspenso.
A decisão foi tomada em plenária por unanimidade. Carrillo está preso desde o último dia 16 suspeito de ter violentado sexualmente pacientes dopadas dentro de hospitais públicos na capital fluminense.
Segundo a Polícia Civil, o médico confessou ter estuprado duas mulheres que estavam na mesa de cirurgia e de ter produzido e armazenado imagens de abuso sexual infantil. Ele também é investigado por pornografia infantil.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do médico.
"A interdição cautelar é um recurso para proteger a população e assegurar a boa prática médica no estado do Rio de Janeiro. Paralelamente a isso, o processo de Andres Carrillo está em andamento e corre em sigilo, seguindo todos os ritos obrigatórios do Código de Processo Ético-Profissional. As punições previstas em lei vão de advertência até cassação definitiva do registro", informou o Cremerj.
Ainda segundo o Conselho, uma sindicância foi aberta para apuração dos fatos no mesmo dia em que o Cremerj tomou conhecimento do caso pela imprensa, no dia 16 de janeiro. "Para garantir celeridade, a interdição cautelar foi aplicada pelo Cremerj, nesta quinta-feira (26), após plenária extraordinária de conselheiros".
Na segunda-feira (23), Andres foi indiciado por estupro de vulnerável dentro do hospital do Fundão, unidade de saúde da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A universidade diz que auxiliou nas investigações.
O caso aconteceu em 5 de fevereiro de 2021, de acordo com a conclusão do inquérito da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima.
Andres Eduardo também é investigado por um estupro em um hospital em Saquarema, na região dos Lagos. A vítima também estava sedada. Como os casos ocorreram em cidades diferentes, a polícia desmembrou os inquéritos.
O médico teria dito aos policiais que não sabe precisar o motivo pelo qual nutriu dentro de si a compulsão em ver e armazenar pornografia infantojuvenil --e que nunca abusou sexualmente de crianças. Disse, ainda, que fazia buscas na internet que o levavam a links que redirecionam o usuário para grupos de conversa do aplicativo WhatsApp, onde tinha acesso a material de pedofilia.
Carrillo se formou em 2015 na Universidade de Magdalena (na Colômbia), e veio para o Brasil em 2017. O médico fez residência médica em anestesiologia, prestou o Revalida e, em 31 de janeiro de 2022, obteve a inscrição no Conselho Federal de Medicina.
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