SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O adolescente de 17 anos suspeito de participação na chacina que deixou dez pessoas da mesma família mortas em Paranoá, no Distrito Federal, foi apreendido na manhã deste sábado (28), de acordo com a Polícia Civil do DF.

Contra o adolescente, foi cumprido um mandado de busca e apreensão expedido pela Vara da Infância e Juventude do DF. Ele já tinha sido detido na terça-feira (24), quando prestou depoimento, e foi liberado por não estar em situação de flagrante. Na ocasião, a Delegacia da Criança e do Adolescente solicitou à Justiça a internação provisória do adolescente.

A Polícia Civil do DF afirmou que todos os envolvidos já têm defesa, mas a Folha não conseguiu contato com os advogados.

De acordo com a Delegacia da Criança e do Adolescente, o jovem teve participação direta na chacina. A ele foram imputadas as práticas dos atos infracionais análogos aos crimes de extorsão mediante sequestro com restrição a liberdade e resultado morte das vítimas Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, sogro da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, a primeira vítima a ter o seu desaparecimento registrado; Renata Juliene Belchior, 52, esposa de Marcos Antônio; e Gabriela Belchior de Oliveira, 25, filha do casal.

Ele também foi o responsável pela ocultação do cadáver de Marcos Antônio, segundo a Delegacia da Criança e do Adolescente, e ainda vai responder por ato infracional análogo à associação criminosa armada com os imputáveis (adultos) envolvidos na chacina.

O adolescente está sendo ouvido e será encaminhado ao Núcleo de Atendimento Integrado.

O CRIME

Os corpos da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, e dos três filhos dela, um menino de 7 anos, e um casal de gêmeos de 6, foram encontrados carbonizados no dia 13 deste mês, em Cristalina (GO), dentro do carro da família. Eles foram as primeiras vítimas a aparecer.

Um dos suspeitos chegou a afirmar à polícia que o crime tinha sido encomendado pelo marido, Thiago Gabriel Belchior, 30, e pelo sogro dela, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, para tomar o dinheiro da venda de uma casa.

Nos dias seguintes a essa versão, os corpos de Thiago e Marcos Antônio também foram encontrados. Com isso, a polícia concluiu que informação sobre os mandantes não era verdadeira e teve apenas a intenção de tumultuar as investigações ou atenuar a pena em caso de uma eventual condenação.

Dois dos presos eram funcionários e moravam numa chácara com Marcos Antônio, a esposa, Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25, filha de ambos.

A PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) informou nesta sexta-feira (27) que a chacina contra a família foi planejada e a execução durou quase um mês, desde o dia em que as primeiras vítimas foram sequestradas e levadas para um cativeiro.

"Cada vítima foi morta com padrão diferente de violência", afirmou o delegado Ricardo Viana, titular da 6ª Delegacia de Polícia do DF e responsável pelas investigações. Policiais de Goiás e de Minas Gerais auxiliaram no trabalho.

De acordo com Viana, o corpo de um dos mortos foi esquartejado. Outros foram incinerados, incluindo as seis vítimas encontradas em dois carros queimados localizados em rodovias no entorno de Brasília. Três corpos foram jogados em uma cisterna.

Os autores agiram motivados por questões financeiras, segundo as apurações. Tinham interesse no terreno cuja posse era reivindicada por uma das vítimas. Avaliado em R$ 2 milhões, o local é objeto de um processo judicial sobre a titularidade, segundo informou a Polícia Civil do DF.


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