SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Uma mulher de 55 anos morreu após o naufrágio da canoa em que ela estava com outras quatro pessoas, neste domingo (5), na barra do rio Una, próximo a Morro de São Paulo, no arquipélago de Tinharé, na Bahia. A embarcação não era turística e era pilotada pelo genro da vítima no momento do acidente.
Rosiane Ribeiro Teles de Jesus e os demais chegaram a ser socorridos e levados ao pronto-socorro, mas ela não resistiu e morreu. A filha dela, duas netas e o genro sobreviveram. Uma bebê de um ano e cinco meses está internada em observação, aguardando resultado de exame de raio-X -de acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa de Valença, a menina sofreu uma parada cardíaca, mas foi reanimada com sucesso.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou, por meio de nota, que os ocupantes da embarcação serão ouvidos. Um inquérito foi aberto para apurar as responsabilidades, e laudos periciais foram solicitados para determinar as causas do acidente.
A reportagem não conseguiu contato com o piloto. Ainda não há data marcada para o depoimento.
Priscila Ribeiro, irmã da mulher sobrevivente e enteada da vítima, disse que Rosiane não sabia nadar e que todos estavam sem coletes salva-vidas.
"Eles eram maiores de idade e sabiam dos riscos. Já tinham feito o passeio antes, mas em uma embarcação maior. Não posso culpar ninguém agora. Neste momento, estamos preocupados com a recuperação de minha sobrinha e em realizar o sepultamento", disse sobre o enterro de Rosiane, que seria realizado na tarde desta segunda em Valença (BA).
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento do resgate, feito por um barco de pesca e uma lancha. As imagens mostram o homem abraçado à canoa.
Segundo o presidente da colônia de pescadores de Cairu (BA), Aurelino José dos Santos, o genro da vítima é o dono da embarcação. A polícia, contudo, ainda vai investigar a quem pertencia a canoa.
Com cerca de sete metros de comprimento e 50 centímetros de largura, a embarcação é usada para pesca artesanal. É confeccionada em fibra de vidro e equipada com um pequeno motor de propulsão de sete HP (cavalos de potência).
"Pelo movimento inesperado de uma das pessoas no interior da canoa, ela virou e começou a afundar na posição vertical, devido ao peso do motor de rabeta que substitui a propulsão a remo", afirma Santos. "Como não sabia nadar, a mulher acabou morrendo. Ninguém estava de colete", acrescentou.
A família, ainda de acordo com Santos, é de Valença (BA), cidade banhada pelo rio Una e de onde saem embarcações de turismo e transporte para Morro de São Paulo e outras praias da região.
"Aos domingos, também é comum famílias utilizarem as próprias embarcações de pesca para passear. Eles estavam na praia da Gamboa, vizinha a Morro de São Paulo, e voltavam de lá quando o acidente ocorreu", disse o presidente da colônia.
Santos diz ainda que existe um esforço, junto à Capitania dos Portos, para conscientizar os donos de embarcações locais sobre a necessidade de uso de coletes salva-vidas e outros equipamentos de segurança em qualquer passeio.
Por meio de nota, a Marinha do Brasil lamentou o ocorrido, disse se solidarizar com os familiares e amigos da vítima e afirmou que irá investigar o acidente. "Será instaurado um inquérito administrativo sobre acidentes e fatos da navegação, a fim de apurar as causas e responsabilidades pelo ocorrido", diz o texto.
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