SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A mensagem de respeito e tolerância veio logo na abertura: "Eu peço licença para chegar. Para chegar, eu peço licença. Saravá para quem é de saravá. Bença para quem é de bênção". Às 14h15, de um domingo em que o sol insistia a todo instante em permanecer, estava dado o recado do Monobloco à multidão. Então, a festa assim começou, ensolarada e quente.
Com uma bateria animada por 250 integrantes, o grupo carioca, formado a partir de oficinas de percussão, trazia sua mistura de samba e guitarra a São Paulo.
Do sucesso nos desfiles de Carnaval pela orla do Leblon e de Ipanema, nasceu a ideia de criar um formato que pudesse viajar, levando o bloco carioca para outros lugares. Surgiu então o Monobloco.
Criado em 2000 pelo grupo Pedro Luís e A Parede, o combo se tornou referência no Carnaval de rua do Rio de Janeiro. Não só.
São Paulo também entrou no mapa, como pôde se visto neste domingo (12) pré-carnavalesco.
"Gosto da seleção de músicas. Tem de tudo. Axé, samba, candomblé, música brasileira. Não tem como ficar parado", disse o metalúrgico Ulisses Martins, 37, que veio de Itaquera, zona leste da capital, com amigos e familiares.
O repertório da apresentação paulistana incluiu, além de sambas e marchinhas tradicionais, clássicos de Tim Maia, o Rappa, Ivete Sangalo e Gilberto Gil, entre outros nomes consagrados da música brasileira.
"Achei tudo muito bem organizado. Um público respeitoso. Um ambiente gostoso. Também me senti muito segura", disse Ofélia de Jesus Nascimento, 62, empresária de Moema, zona sul paulistana. "Muita gente trabalhando. Bonito de se ver o Carnaval movimentando a economia."
Somente na organização dos shows na região do Obelisco do Ibirapuera, estavam envolvidas 1.500 pessoas, de acordo com Rogério Oliveira, 47, fundador da Pipoca, organizadora do evento, em parceria com a prefeitura.
Criada oficialmente em 2011, Pipoca é uma plataforma de impacto cultural para pessoas, marcas e cidades que busca tornar os centros urbanos melhores para se viver, como assim a define Oliveira.
Por parte da prefeitura, havia também uma equipe de apoio ao turista. Com 30 colaboradores, parte deles fluente em inglês e espanhol, o grupo orientava foliões estrangeiros.
"Veio muita gente do Chile e da Argentina", contou a guia Paula Ribeiro, 37. "Também fornecemos fôlderes sobre lugares turísticos de São Paulo e de obras históricas, como a do Monumento às Bandeiras, na área da praça Armando de Salles Oliveira, do escultor Victor Brecheret", completou ela.
Passava das 16h quando a bateria do Monobloco começou a perder fôlego enquanto o céu carregado anunciava que logo viria chuva. E ela veio com tudo.
Aos foliões, um aviso: o Carnaval Viva a Rua da Pipoca retorna, no mesmo Ibirapuera, no dia 25, com a apresentação pós-Carnaval da banda BaianaSystem.
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