RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Os raios que caíram no Cristo Redentor durante a tempestade que atingiu o Rio de Janeiro na última sexta (10) provocaram danos à iluminação e a equipamentos eletrônicos instalados no local. As descargas elétricas, no entanto, não comprometeram a estrutura do monumento, eleito uma das sete maravilhas do mundo, informou o Santuário Cristo Redentor.

Uma inspeção realizada neste domingo (12) constatou a queima das luzes que iluminam a estátua e daquelas localizadas na Capela Nossa Senhora Aparecida, que fica na base do cartão postal carioca. Computadores também foram queimados. "Todo o sistema de iluminação e internet ficou avariado", informou o Santuário.

"Nosso símbolo maior, atingido por fortes descargas elétricas, mostrou-se resistente mais uma vez. De forma recorrente atingido por todo tipo de intempéries climáticas, permanece iluminando o céu, resiliente, acolhedor e solidário como cada brasileiro", disse o reitor do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, Padre Omar.

Imagens do momento em que o Cristo foi atingido pelos raios foram registradas pelo desenvolvedor de softwares Fernando Braga e viralizaram nas redes sociais. Nas fotos é possível ver como a corrente elétrica corta os céus e o suposto impacto que faz ao atingir o concreto.

"Após cerca de três horas com a máquina tirando uma sequência de mais de 500 fotos em longa exposição, finalmente surgiu esta tão esperada foto", escreveu Braga.

No Instagram, a postagem já chega a quase 150 mil curtidas. As imagens rodaram o mundo e foram compartilhadas por famosos como os atores Will Smith e Viola Davis em suas redes sociais.

O meteorologista Anselmo Pontes, do sistema de monitoramento e alerta de chuvas e deslizamentos de encostas na cidade do Rio, explicou que o Cristo Redentor, localizado no morro do Corcovado, é um local propício para descargas elétricas.

"Em geral, locais com a maior incidência de raios dependem de muitos fatores, entre eles a altitude, como é o caso do Cristo Redentor", disse Pontes.

De acordo com a Arquidiocese, em 2015, foi diagnosticado que o sistema de proteção contra descargas atmosféricas no monumento não garantia sua integridade, representando sério risco à estrutura. Mas apenas em 2021 foi realizada uma adequação, com a instalação de uma nova coroa com dimensão quatro vezes maior que a antiga, além de captores e aterramento mais robustos.

"Depois do susto, a certeza de que o esforço realizado pelos técnicos está na direção correta para garantir a preservação da integridade do Cristo diante do constante desafio cobrado pelo tempo e pela exposição junto à natureza", disse o engenheiro João Racine.

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