SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sob uma fina garoa e acompanhado por uma multidão, o bloco Ilú Obá de Min foi ovacionado em sua chegada à praça da República, no centro de São Paulo, por volta das 20h desta sexta-feira (17).
Pernaltas representaram os orixás. No abre-alas, a velha guarda do movimento negro. Artistas teatrais conduziram a harmonia.
Durante sua passagem pela avenida São Luís, lotada, o público aplaudiu. Muitos choraram, emocionados.
O bloco religioso, que tem origem no candomblé, tradicionalmente abre oficialmente o Carnaval de São Paulo. Cerca de 400 mulheres comandaram a bateria.
O Ilú Obá de Min desfila há 18 anos na capital. Na abertura, entoa cânticos que exaltam o candomblé, segundo seus organizadores.
O grupo tem por tradição "femenagear" mulheres. O termo é usado como um sinônimo de homenagem, que, para o Ilú, é algo voltado para homens. Neste ano, a escolhida é a filósofa, ativista e escritora Sueli Carneiro.
No panfleto distribuído a quem acompanhava o cortejo, os responsáveis pelo bloco explicam que Sueli Carneiro se destaca há cinco décadas pela luta política do movimento negro e das mulheres negras.
Uma das fundadoras do Geledés Instituto da Mulher Negra, é também retratada por sua luta para a implantação de políticas públicas que que ampliaram o acesso das pessoas negras à universidade.
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