SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística da Polícia Científica, localizado no Butantã, zona oeste de São Paulo, se prepara para receber as amostras de DNA que podem ajudar a identificar vítimas dos deslizamentos de terra e enchentes que atingiram São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, no último final de semana.
Até a noite de quinta-feira (23), 42 corpos que chegaram ao IML (Instituto Médico Legal) de Caraguatatuba já foram identificados. Um passava por exames.
O governo paulista afirmou ter localizado 50 corpos, sendo 49 deles em São Sebastião e um em Ubatuba. Outras dezenas de pessoas estão desaparecidas.
A identificação pela Polícia Científica é necessária em casos em que a decomposição natural e o impacto do soterramento dificultam o reconhecimento por meios como reconhecimento pessoal.
Após quase uma semana do desastre, as vítimas terão de passar por procedimentos como análise de documentos odontológicos ou comparação de exames de raio X, dependendo do caso e da existência desse material.
O método científico mais seguro para que não se tenha erro de identificação é o exame de extração de perfis genéticos e a subsequente comparação desses perfis entre cadáveres e prováveis familiares.
Antes, porém, tais amostras precisam passar por triagem e limpeza, realizada por técnicos do IML, uma vez que sujeira ou fungos podem atrapalhar o processo.
É no Núcleo de Biologia e Bioquímica que os materiais coletados nos cadáveres e os cedidos por familiares de desaparecidos passam por diversos equipamentos e procedimentos, como sequenciadores genéticos e máquinas para extração e confronto de DNA. Os dados geram planilhas que permitem a comparação pelos peritos criminais.
O tempo do processo depende do estado das amostras. Por exemplo, se um exame tem resultado inconclusivo, ele é repetido com novas amostras, por isso é difícil precisar um prazo para identificação.
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