BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A governadora em exercício do Distrito federal, Celina Leão (PP) assinou nesta terça-feira (28) uma proposta para conceder reajuste salarial de 18% aos policiais militares, civis e bombeiros.
Segundo ela, o impacto anual seria de aproximadamente R$1,4 bilhão e sairia do atual orçamento do Fundo Constitucional, não gerando mais gastos para a União.
Como o valor do fundo é custeado pela União, a proposta precisa ser encaminhada para o governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é quem precisa enviar a proposta para o Congresso. O fundo neste ano é de R$ 23 bilhões.
"Não é uma novidade esse reajuste, ele foi encaminhado no ano passado. Nós estamos reencaminhando. Nosso Fundo Constitucional suporta e a gente espera que o governo federal receba com a responsabilidade também que exige o momento. Que a gente possa motivar cada vez mais os nossos policiais a trabalharem, hoje nós somos a 17° força em termos de salário, é uma reparação histórica", disse a governadora.
Celina disse que já houve uma conversa prévia com o governo federal sobre o assunto e, agora, será marcada uma audiência formal para tratar do assunto.
"Nós não podemos falar que temos a melhor polícia do Brasil com o pior salário do Brasil. Nós não podemos falar isso, a polícia fica por muitas vezes desmotivada e eu não tenho dúvida da minha responsabilidade como governadora interina, que espera ansiosamente a volta do nosso governador, de dar aquilo que é necessário, que é esse reajuste tão esperado pelas nossas forças de segurança", disse.
"Nós queremos criar um selo para que Brasília seja capacitada como a cidade mais segura para se morar e se viver. E é isso que a gente busca com a valorização dos nossos profissionais, também cobrar uma melhoria da nossa atuação das forças policiais".
O valor pretendido é mais que o dobro que o governo Lula propôs aos servidores públicos federais um reajuste linear de 7,8%, acompanhado de um aumento de R$ 200 no auxílio-alimentação.
O reajuste alcançaria apenas os servidores civis do Executivo, sem contemplar os militares.
Caso as categorias aceitem esses termos, as medidas teriam validade a partir de 1º de março. Uma nova rodada de negociação deve ocorrer na semana que vem.
A oferta foi calibrada de forma a caber dentro do orçamento de R$ 11,2 bilhões já reservado neste ano para ajustar a remuneração do funcionalismo.
A proposta é enviada quase dois meses após os atos de 8 de janeiro, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu e depredou as sedes dos três Poderes, em Brasília.
Milhares desses manifestantes vestidos de verde e amarelo estavam acampados diante do quartel-general do Exército e rumaram naquele dia para a Esplanada dos Ministérios.
Em poucas horas, destruíram o patrimônio público vandalizando áreas internas dos prédios -o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal).
Durante os atos de vandalismo em Brasília, vídeos mostram que a Polícia Militar do Distrito Federal aparece filmando a depredação e conversando com os manifestantes.
O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira chegou a ser preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes. O militar era o responsável pelo comando da corporação no dia do ataque.
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