SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um jovem de 20 foi morto por policiais militares após ter um surto, fazer a avó refém e agredir moradores do condomínio em que morava, na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, na noite de quinta-feira (2).
Segundo o boletim de ocorrência, Carlos Abraham Paulichelis Ferreira conversava com outras três pessoas na área da piscina, quando atacou um homem de 19 anos com arma branca -o tipo não foi especificado.
Após o ataque, Ferreira seguiu para seu apartamento. Quando policiais militares foram acionados e chegaram ao local, ele passou a agredir outras pessoas, entre elas, um amigo seu, de 48 anos, e um sargento da PM de 46 anos.
Na sequência, Ferreira manteve a avó de 87 anos como refém. Com a mulher presa em um dos quartos, os policiais militares no local decidiram chamar o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais).
Conforme o boletim de ocorrência, o grupo, que inclui atiradores de elite, tentou negociar com Ferreira. Os agentes teriam utilizado inicialmente munições não letais, como taser e balas de borracha, mas não conseguiram conter o jovem. Ele recebeu ao menos cinco tiros de arma de fogo.
Ferreira foi levado ao pronto-socorro do Hospital Vila Penteado, na mesma região, onde morreu. Os feridos também foram socorridos e liberados.
Durante operação da Polícia Civil, foram encontrados no térreo três estojos de munição de calibre 12. Um policial do Gate afirmou que a carga teria sido disparada em um primeiro embate entre os PMs e Ferreira, logo após o jovem atirar da sacada uma faca em direção aos agentes que se encontravam no térreo.
Já dentro do imóvel, os investigadores do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) localizaram sete estojos de calibre .40 e cinco projéteis de calibre indefinido.
Entre os pertences de Ferreira havia livros sobre "doutrina nazista e de táticas policiais", segundo descreve o boletim de ocorrência. Também foram encontradas armas do tipo airsoft (de pressão), escudo, capacete e colete, além de facas, machadinha, soco inglês e canivetes.
Os policiais do Gate envolvidos na ocorrência não prestaram depoimento, respaldados na lei que prevê oitivas apenas na presença de advogado ou defensor público.
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