SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski determinou a transferência de Roger Abdelmassih, 79, para o Hospital Penitenciário de São Paulo. Na decisão de 1º de março, publicada nesta segunda (6), o magistrado acata um pedido de habeas corpus da defesa do médico, que está no presídio de Tremembé (SP).

Abdelmassih está preso desde 2014 pelos crimes de estupro e atentado ao pudor. Sua pena inicial de 278 anos foi reduzida por causa da prescrição de alguns crimes, e chega a 181 anos.

Especialista em reprodução assistida, era considerado o médico das estrelas foi denunciado por abusar das pacientes -algumas delas sedadas durante os procedimentos. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo em 2009.

A defesa afirma que uma avaliação clínica de fevereiro apontou insuficiência cardíaca e renal. Na decisão, o ministro escreve que a situação requer internação imediata por causa de sua condição de saúde. Ressalta que reconhece a gravidade de seus crimes e que concorda com as punições determinadas.

Não é a primeira vez que Abdelmassih deixa o presídio de Tremembé para tratar da saúde. Em 2021, uma decisão também de Lewandowski permitiu ao médico ser tratado no Hospital Penitenciário de São Paulo pelo mesmo motivo.

No pedido de habeas corpus, a defesa também diz que não há mais perigo de fuga. Em 2014, ele foi capturado no Paraguai após fugir do Brasil e se esconder em Assunção por três anos.

**RELEMBRE O CASO**

O escândalo foi revelado pela Folha de S.Paulo em janeiro de 2009, após uma ex-enfermeira denunciar o caso ao Ministério Público. Abdelmassih foi preso preventivamente em sua clínica de reprodução assistida em agosto daquele ano.

O STF determinou que o médico aguardasse o julgamento em liberdade. Em novembro de 2010, Abdelmassih foi condenado a 278 de prisão pelos crimes de estupro e atentado ao pudor. O médico fugiu em janeiro de 2011 após ter a prisão decretada pela Justiça ao tentar renovar o passaporte.

Três anos e meio depois, em 2014, foi capturado no Paraguai. Alguns de seus crimes prescreveram em outubro daquele ano, e a pena foi reduzida para 181 anos.

Em janeiro deste ano, morreu em São Paulo a ativista Vana Lopes, 62, primeira mulher a denunciar o médico. Ela criou um grupo para ajudar outras vítimas de violência e publicou o livro "Bem-vindo ao Inferno - A Vítima que Caçou o Estuprador Abdelmassih".


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