SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário Thiago Brennand, 42, teve a quarta prisão preventiva decretada pela Justiça de São Paulo em um caso no qual ele é acusado de ter estuprado a modelo e estudante de medicina Stefanie Cohen, 30, em outubro de 2021.
O juiz Marcus Alexandre Manhães Bastos, da 30ª Vara Criminal, decretou a prisão nesta segunda-feira (6). O processo corre em segredo de Justiça.
O relato de Cohen foi divulgado primeiramente pelo Fantástico e confirmado, em seguida, pela própria estudante à reportagem. Em dezembro, a Justiça aceitou a denúncia.
Em vídeos postados nas redes sociais, Brennand sempre negou as acusações.
O empresário ficou conhecido após agredir, em agosto de 2022, a modelo Alliny Helena Gomes, 37, durante discussão em uma academia de ginástica na zona oeste de São Paulo.
Anteriormente, a defesa que o representou no caso da agressão afirmou que ele compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos às autoridades e disse que os vídeos mostram que as agressões verbais foram iniciadas por Helena Gomes.
Ele já teve a prisão decretada por lesão corporal e corrupção de menores -segundo a Promotoria, teria incentivado o filho adolescente a ofender a modelo. Horas antes de o Ministério Público apresentar a denúncia, porém, ele viajou para os Emirados Árabes Unidos.
Por isso, foi considerado foragido e teve seu nome incluído na lista da Interpol. Assim, acabou detido em Abu Dhabi em outubro -ele pagou a fiança e responde o processo de extradição em liberdade.
Brennand trocou diversas vezes de advogados desde o início das denúncias. No início, foi representado pelo escritório Cavalcanti e Sion. Depois, passou a ser representado pelo advogado Ricardo Sayeg, que deixou o caso no início deste ano.
Agora, ele segue com o advogado Eduardo Leite, que não retornou o contato da reportagem.
RELEMBRE OS 3 PEDIDOS DE PRISÃO PREVENTIVA DE THIAGO BRENNAND
Após a acusação de agressão a modelo Alliny Helena Gomes, Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro, horas antes da denúncia do Ministério Público. O órgão determinou que ele retornasse ao Brasil até 23 de setembro e entregasse o passaporte. Como não cumpriu a medida, Brennand teve a prisão preventiva decretada no dia 27 de setembro e tornou-se foragido. A viagem inicialmente foi para para Dubai, nos Emirados Árabes.
Logo depois, a Justiça decretou uma nova prisão contra Brennand, sob a acusação de tatuar à força e manter em cárcere privado uma mulher em Porto Feliz, no interior de São Paulo.
No dia 7 de novembro, Brennand teve a terceira prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião, os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz.
No dia 6 de março, ele teve a prisão preventiva decretada após a denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.
ENTENDA O CASO DE STEFANIE COHEN
À reportagem, Cohen disse que conheceu Brennand em outubro de 2021, quando ele a levou para jantar e, no fim, pediu duas caipirinhas. A estudante relatou que, após beber, começou a passar mal e ficou desorientada.
Ela disse acreditar ter sido dopada e estuprada e afirmou, entre outras coisas, que ele a forçou a fazer sexo anal e não usou preservativo.
Ela disse ter acordado no dia seguinte com dores e sem saber onde estava. Quando disse que iria tomar um banho, afirmou ter sido ofendida por Brennand
O empresário teria dito ainda que eles iriam para sua casa no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Por isso, mandou o segurança levá-la de volta para casa para fazer uma mala.
Ao chegar em sua residência, ela afirmou ter avisado o segurança que tinha um compromisso e que voltaria para a casa de Brennand só mais tarde. Depois disso, entrou em casa e contou à mãe o que tinha acontecido.
Cohen afirmou que estava disposta a denunciá-lo, mas mudou de ideia depois que Brennand mandou um vídeo dos dois na noite anterior -ela disse que não autorizou que ele gravasse as imagens. "Na hora, aquilo me calou. Foi um misto de ódio com vergonha."
Para a estudante, o vídeo foi uma forma de intimidá-la e, depois disso, eles não se falaram mais. Na segunda-feira seguinte -o jantar entre eles foi em uma quinta-, ela procurou a ginecologista Roberta Grabert.
Em um laudo escrito em 2022, a médica declarou que Cohen relatou ter sofrido abuso, mas que não quis procurar a polícia, pois estava sendo ameaçada por Brennand.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!