SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Vara de Execuções Criminais de Franca (a 400 km de São Paulo) decidiu manter Elize Matsunaga em liberdade condicional.

O Ministério Público havia pedido o retorno dela à prisão por uso de documento falso. Elize está em liberdade desde maio do ano passado, após cumprir pena de dez anos por matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Matsunaga, em maio de 2012. Atualmente, ela mora em Franca.

"Conforme decisão da Vara de Execuções Criminais de Franca, a sentenciada permanecerá sob o benefício do Livramento Condicional, uma vez que o feito em trâmite na Comarca de Sorocaba está em fase inicial, sem condenação, e ela tem cumprido as condições que lhe foram impostas", diz a decisão.

Elize foi indiciada pela Polícia Civil de Sorocaba por suspeita de uso de documento falso. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), policiais civis participavam de uma operação quando identificaram uma pessoa que estava utilizando antecedentes criminais falsificados.

Não foi informado se o documento estava em nome de Elize ou de outra pessoa. Segundo a pasta, uma perícia comprovou a irregularidade.

A reportagem ligou e enviou mensagem para o advogado de Elize, mas não obteve resposta. Um inquérito foi aberto para investigar a falsificação.

Elize foi encaminhada para uma delegacia para prestar depoimento e foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Policiais apreenderam um notebook e um celular.

A condução para a delegacia foi mencionada pelo secretário de Segurança de SP, Guilherme Derrite, em sua conta no Twitter.

"Infelizmente a reincidência criminal é uma das realidades com as quais nossas polícias se deparam. Ela havia sido solta na progressão de pena que se demonstra um entrave para a segurança pública", escreveu Derrite à ocasião.

A decisão de soltar Elize foi tomada pelo Departamento Estadual de Execução Criminal da 9ª Região Administrativa Judiciária. Ela estava presa em Tremembé, no Vale do Paraíba.

"Vejo como uma etapa correta do cumprimento da pena. É o próximo passo de quem está cumprindo com todas as obrigações impostas pelo estado. Isso faz parte do sistema de aplicação da pena", disse, à época, o advogado Luciano de Freitas Santoro, que representa Elize.

Elize foi condenada em 2016 pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A pena chegava a quase 19 anos de prisão. Em maio de 2019, ela obteve na Justiça a redução de sua pena em dois anos e seis meses.

Também em 2019 ela passou para o regime semiaberto.


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