SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura de São Paulo afirmou que o muro de um condomínio é o responsável pelas frequentes enchentes na rua Gaivota, em Moema, área nobre da zona sul da cidade, onde uma mulher de 88 anos morreu na quarta-feira (8).
A gestão municipal informou que estuda medidas administrativas e judiciais para derrubar o muro desse condomínio, que, de acordo com a administração, impede a vazão de água na via.
A prefeitura, contudo, não revelou qual é o condomínio.
Na tarde de ontem, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) esteve no local, de acordo com a assessoria, e acionou a Procuradoria-Geral do Munício para tomar medidas judiciais para derrubar o muro que pode ter agravado a situação da rua Gaivota, onde ocorreu a morte de Nayde Pereira Cappellano, que ficou presa no carro em que dirigia, durante um alagamento.
Na manhã dessa sexta (10), o prefeito afirmou que assim que conseguir a autorização judicial a demolição do muro será feita. "Falei com a procuradora-geral do município, doutora Marina Magro, e pedi que fossem intensificadas as ações já em curso e que se possa imediatamente quebrar aquele muro na rua Gaivota", afirmou o prefeito. "Se eu tiver hoje a autorização judicial nós já vamos fazer hoje. É inaceitável que um condomínio faça um muro daquele de forma irregular e irresponsável. Muito possivelmente se aquele muro não estivesse ali não teríamos o que aconteceu", disse.
De acordo com a Procuradoria-Geral do Município, a subprefeitura de Vila Mariana -responsável pela área- está enviando um relatório com dados técnicos da área, que vão sustentar a medida judicial para derrubada do muro.
Ainda segundo a administração, outras nove ações já estão em curso para reintegrações de posse de ocupações irregulares que culminaram na impermeabilização do solo ao longo do córrego Uberabinha, todos eles nas proximidades da esquina da rua Gaivota com Ibijaú, região onde ocorreu a morte de Nayde.
A maioria dessas ações diz respeito a construções irregulares que foram feitas em áreas localizadas em vielas sanitárias, que têm a função de escoar a água das chuvas.
A subprefeitura Vila Mariana afirmou que de 1º de fevereiro até 7 de março deste ano, as avenidas Ibirapuera e a rua Ibijaú, a rua Gaivota e a praça Mário Pontes Alves tiveram seus bueiros limpos 239 vezes.
Com relação a macrodrenagem, afirmou que está em curso um estudo para construção de um piscinão para minimizar o efeito das chuvas nessa região. O estudo está a cargo da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras, com conclusão prevista para o final deste mês. A partir desse estudo serão definidos o local e o orçamento da obra.
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