SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após receber novas ameaças de morte com conteúdo misógino, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) vai pedir ao ministro da Justiça, Flávio Dino, a criação de um departamento na Polícia Federal dedicado ao combate à violência política de gênero.
Ela terá uma reunião nesta quarta-feira (15) com Dino, na qual também pretende tratar das investigações a respeito do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), que completou cinco anos nesta semana.
Os executores do crime ainda não foram julgados, e até hoje não houve conclusão sobre a existência ou não de um mandante.
Além do marco relacionado a Marielle, o Dia Internacional da Mulher também é mencionado nas ameaças.
"A violência política de gênero tem sido cada vez mais corriqueira, mas o Estado tem falhado no acolhimento e encaminhamento das denúncias e na busca por respostas e proteção das vítimas. O governo Bolsonaro não só ignorava como estimulava a prática, pois bolsonaristas praticam violência política de gênero contra adversárias políticas, nas redes sociais e na tribuna", diz Sâmia.
"Agora, precisamos construir novos marcos e protocolos para lidar com crimes assim e proteger a democracia, o direito à participação política das mulheres, sobretudo negras e LGBTQIA+", completa.
As novas ameaças recebidas pela deputada têm ela como alvo principal, com uso de xingamentos misóginos, mas também mencionam seu marido, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), e filho de ambos. Sâmia já fez denúncia à Polícia Civil de São Paulo.
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