SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A gestão Ricardo Nunes (MDB) marcou para esta quinta (22) a estreia do MobizapSP, aplicativo público que deve concorrer com empresas como Uber e 99). Segundo a gestão municipal, as corridas no app estarão disponíveis para passageiros e motoristas a partir das 13h.
Em 13 dias, desde o lançamento do aplicativo, 23.224 passageiros e 25.866 motoristas se cadastraram, segundo a administração municipal.
A promessa da prefeitura é de tarifas mais baratas para os passageiros, ao menos em alguns períodos do dia, e remuneração maior aos motoristas autônomos em relação às maiores empresas do ramo.
O MobizapSP é o segundo aplicativo par para transporte individual lançado pela Prefeitura de Sâo Paulo em cinco anos. Em 2018, o então prefeito João Doria anunciou o SPTáxi, que ainda existe mas não teve a adesão esperada.
Segundo a prefeitura, a tarifa por quilômetro rodado e tempo de viagem deve ser semelhante às que são cobradas pelas empresas na maior parte do dia. A gestão não divulgou os valores. Não haverá tarifa dinâmica, portanto é possível que o passageiro pague menos do que a média em horários de pico.
A taxa de administração cobrada para operar a plataforma é de 10,95%, ou seja, o motorista deve receber 89,05% do valor pago pelo passageiro. Já nas maiores empresas do setor, essa taxa varia.
A Uber utiliza uma taxa variável desde 2018 e afirma que a maior parte do valor sempre fica com os motoristas.
A 99 cobra taxas semanais sobre a soma do valor das corridas do motorista. Essas taxas variam entre 15% e 35%. A empresa diz que oferece aos motoristas a opção de receber reembolso de parte dessa taxa, sempre que ela ultrapassar 19,99%.
O relatório final da CPI dos Aplicativos, da Câmara Municipal, afirma que algumas cobranças chegam a 60%.
Apesar de ter alardeado o foco na segurança de motoristas e passageiros, instalando um "botão do pânico" no app, não há previsão para que usuários sejam penalizados, suspensos ou banidos se houver uma situação de perigo durante as corridas.
A SMT (Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito) diz que a criação do aplicativo não teve custo para os cofres municipais. Toda a remuneração da taxa de administração deve ser destinada às empresas que formam um consórcio que venceu uma licitação.
A Folha de S.Paulo mostrou que o Consórcio 3C, contratado para desenvolver o projeto e operar o MobizapSP, é formado por empresas alvo de investigações por suspeita de desvio de verbas públicas e de pagamento de propina em contratos de gestão de trânsito. Eles foram os únicos concorrentes no certame.
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