SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha do metrô e a linha 15-prata do monotrilho amanheceram paralisadas pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira (24) em São Paulo e a partir das 6h45 começaram a funcionar parcialmente, de acordo com plano de contingência. Os trens das linhas 4-amarela e 5-lilás circulam normalmente. Quem tenta chegar aos compromissos do dia relata desolação com as dificuldades e reclama de informações confusas e da lotação para usar ônibus ou trem.

Os trechos que funcionam são linha 1-azul (Ana Rosa a Luz); linha 2-verde (Alto do Ipiranga a Clínicas); linha 3-vermelha (Santa Cecília a Bresser- Mooca). A linha 15-prata segue fechada.

A continuação da greve, após um dia de confusão nas estações, foi confirmada pelo Sindicato dos Metroviários após as 23h, quando terminou o prazo limite dado à Companhia do Metropolitano de São Paulo para aceitar a proposta sugerida pelo Ministério Público do Trabalho e aceita pelo sindicato na audiência de conciliação realizada na tarde desta quinta (23), no Tribunal Regional do Trabalho.

Uma nova assembleia da categoria será realizada às 7h. Durante a madrugada, o Metrô apresentou ao sindicato uma proposta para o pagamento em abril de abono salarial no valor de R$ 2 mil e a instituição de PPR (Programa de Participação nos Resultados) de 2023, a ser pago em 2024.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) decretaram ponto facultativo para os servidores públicos estaduais e municipais, respectivamente, nesta sexta.

Na estação Itaquera, a cuidadora de idosos Juliana Ferreira, 27, enfrentou o segundo dia de transtornos para chegar ao trabalho em Alphaville.

"Tem que dar os remédios, e não sei o que fazer para chegar. Estou esperando aqui para ver se abre, é muito difícil para uma pessoa que sai às 4h."

Algumas pessoas perguntavam à segurança, na manhã desta sexta, se era verdade que o metrô abriria às 6h, apenas para ouvir uma negativa.

A operação de contingência do metrô abrange apenas trechos das linhas sob paralisação, e Itaquera não está incluída.

"Infelizmente não vou conseguir trabalhar de novo", disse o segurança Vladimir Ferreira, 48.

"Daqui costumo pegar o metrô até a Sé, trocar para a linha azul, ir até o Jabaquara e pegar um ônibus até a Pedreira", relatou. "Vou tirar uma foto para mostrar ao chefe."

A desistência também foi a saída para Jackson Victor, 22, que havia conseguido uma vaga de segurança no Lollapalooza. O festival acontece no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a partir desta sexta (24).

"Precisava estar lá 6h30, mas com essa demora não vai dar tempo", disse o jovem, sentado perto das grades no embarque fechado do metrô.

A exemplo do que aconteceu na quinta, a Prefeitura de São Paulo decidiu suspender o rodízio municipal de veículos. Os veículos cujas placas terminam com 9 ou 0 podem circular normalmente pelo centro expandido.

As cinco linhas da CPTM funcionam normalmente nesta sexta. As transferências para as linhas 1-azul e 3-vermelha seguem fechadas em todas as estações com conexão. Já as transferências entre a CPTM e as linhas 4-amarela e 8-lilás funcionam normalmente nas estações Luiz e Barra Funda.

O serviço Expresso 10, que circula entre as estações Santo André e Tamanduateí, continua suspenso, pois a integração com o metrô na estação Tamanduateí, da linha 10-turquesa, está fechada.

O Sindicato dos Metroviários afirma que a empresa pública deixa de pagar há três anos o abono salarial devido à categoria. Os funcionários pedem reposição do equivalente à participação nos lucros de 2020 a 2022. Antes de fazer a proposta aos funcionários nesta madrugada, o Metrô afirmou não ter dinheiro para pagar o abono salarial neste momento, alegando que a empresa teve quedas significativas de arrecadação devido à pandemia e ainda não teve o retorno total da demanda de passageiros.

Em nota, o Metrô afirmou que "tentou todas as formas de negociação, inclusive com a concessão de benefícios como o pagamento de progressões salariais". A empresa também afirma cumpre integralmente com o acordo coletivo de trabalho e as leis trabalhistas, e que "considera incompreensível a postura do Sindicato dos Metroviários que acabou punindo o cidadão".


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