SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Investigações da Polícia Civil indicam que apenas uma quadrilha, alvo de mandados de prisão e de busca e apreensão nesta terça (28), pode ser responsável por comprar centenas de celulares furtados ou roubados por semana em São Paulo.

Há mandados de prisão expedidos contra quatro senegaleses e um chileno. As ordens devem ser cumpridas em pontos na cracolândia, na região central.

Por volta das 8h30, a Polícia Civil informou ter capturado um dos procurados. Ele estava em um imóvel nas imediações da praça Júlio Mesquita.

No mesmo horário, policiais apreenderam diversos aparelhos em uma loja na avenida Rangel Pestana, no Brás. O estabelecimento seria de um dos procurados na ação.

A atuação da quadrilha entrou na mira da polícia em meio a investigações de três ladrões de celulares que agiam no entorno da avenida dos Bandeirantes, na zona sul, importante via de ligação entre a marginal Pinheiros e a rodovia dos Imigrantes.

Com base nas apurações contra esse trio, a polícia chegou a um suspeito cujos celulares acabaram apreendidos. De um dos aparelhos foram extraídas conversas sobre um grupo no WhatsApp, formado em grande parte por senegaleses, em que o objetivo era a negociação de aparelhos furtados ou roubados.

Em uma dessas conversas, um dos alvos da ação chegou a negociar a comprar de 40 celulares em um período de três dias. O homem é um senegalês que está no Brasil desde o início de 2017, de acordo com a delegada Maria Rezende Corsato, responsável pela investigação. Ele chegou a ficar detido por cinco dias no ano passado, mas sua prisão não foi prorrogada e ele acabou sendo colocado em liberdade.

O grupo, que se esconde em hotéis e pensões na região da cracolândia, tem toda uma dinâmica de trabalho, segundo as apurações.

Ladrões espalhados pela capital são responsáveis por atacar motoristas parados em semáforos ou no trânsito ?por isso o nome quebra-vidro.

Com os aparelhos em mãos, eles já sabem para quem vender, acionando os compradores por meio de aplicativos de mensagem. Já na região da cracolândia, os aparelhos são desbloqueados e revendidos no país ou encaminhados para o exterior.

"Se eles tinham a mesma rede de abastecimento que o alvo 1, em período parecido eles comercializavam de 150 a 200 aparelhos em três dias", disse Corsato para a reportagem. "É possível afirmar que 80% dos aparelhos furtados ou roubados pelo [bando] quebra-vidro são encaminhados para essa quadrilha."


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