SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na rua onde mora, o adolescente de 13 anos autor do ataque a uma escola de São Paulo é pouco visto. Nesta segunda (27), o ataque na escola Estadual Thomazia Montoro terminou com uma professora morta e cinco pessoas feridas.
As crianças da vizinhança costumam brincar na rua aos finais de semana, quando a via estritamente residencial é dominada por corridas de bicicleta, mas o adolescente nunca participa, segundo moradores do bairro, localizado na zona oeste da capital.
Ele foi visto pela última vez na frente de casa na tarde do último domingo (26), enquanto ajudava o pai e o irmão mais novo a cortar o mato da calçada. Sacos de lixo com o material recolhido ainda estavam no local na manhã desta terça (28).
A casa onde a família mora pertence à avó paterna do adolescente. A família deixou o imóvel na noite de segunda e não foi mais vista pelos vizinhos. Uma lâmpada na porta de entrada ainda estava acesa, e ninguém atendeu aos chamados da reportagem.
Uma vizinha que afirma ser amiga de infância do pai do adolescente relata que a mãe costumava levar o filho a pé para a escola. O menino, segundo seu relato, sempre descia a rua cabisbaixo, com um boné preto, alguns passos à frente da mãe, nunca ao lado. Isso chamava a atenção da vizinhança.
A rotina mudou neste mês, quando o estudante foi transferido de escola após os pais terem sido chamados para uma reunião por causa do comportamento agressivo do estudante com os colegas. Desde então, o itinerário até a escola Thomazia Montoro, palco do ataque, passou a ser feito de van escolar.
Os vizinhos souberam que o adolescente era o autor dos ataques quando dois carro de polícia pararam em frente à casa da família na tarde desta segunda.
Eles contaram ter presenciado o momento em que o delegado responsável pelo caso saiu da casa com máscaras de personagens de filmes de terror e uma folha de caderno.
O adolescente usou uma máscara de caveira durante o ataque, e consta no inquérito policial que entre o material recolhido havia desenhos de facas e uma carta com pedido de desculpas endereçado à mãe, ao irmão, à avó e a uma tia.
Na escola estadual José Roberto Pacheco, onde o autor dos ataques estudava antes de ter sido transferido, uma funcionária conta que ele não chamava muito sua atenção porque estava sempre sozinho e quieto nos intervalos.
A direção da escola orientou os pais a não darem entrevistas sobre o ex-aluno. Um comunicado foi publicado na página da escola em uma rede social.
"Gostaríamos de esclarecer que todos os procedimentos cabíveis à escola, enquanto ele foi nosso aluno, foram tomados, e que a transferência foi feita porque a família dele solicitou", diz o comunicado.
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