RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Defensor da teoria de que fumar maconha "só faz bem", o produtor cultural e escritor carioca Bruno Levinson vai lançar o livro "Baseado em Fatos Reais", em que sustenta seu ponto de vista com argumentos próprios e depoimentos de 20 pessoas que pensam da mesma forma.

Levinson teve a ideia de escrever o livro-exaltação à erva ao se deparar com a declaração do produtor, pesquisador, compositor e jornalista Nelson Motta, de que fuma quase diariamente há 55 anos. "Se ele, que trabalha tanto e já fez tanto pela nossa cultura, fuma praticamente todos os dias há tanto tempo, maconha não pode ser coisa de vagabundo", escreve Bruno, ao apresentar Motta aos leitores

Foi de Nelsinho, aliás, o primeiro depoimento para a obra, em que chama atenção para a importância da Cannabis em sua rotina e como ela o ajuda a atingir o auge de seu potencial criativo e intelectual.

"Não é que eu não consiga escrever um texto sem estar fumado, eu consigo, mas é penoso. Quando estou fumado, é prazeroso", conta Nelson. Ele vai além. "Eu não tenho hobby, meu hobby é trabalhar. Então eu gosto de acordar cedo, tomar um bom café da manhã, acender meu baseado e começar".

O filósofo e ensaísta Francisco Bosco também participa do livro, trazendo sua visão e experiência pessoal, a princípio desagradável. "A maconha potencializou muita angústia em mim, e parei de fumar. Assim fiquei por muitos anos. Depois retomei e, de uns anos para cá, sou um usuário assistemático. Em geral, fumo para ouvir música, para dançar e, mais recentemente, comecei a usar para diminuir minha ansiedade, este grande mal do século."

Levinson, ele também um usuário frequente, diz que sua ideia ao lançar o livro é tentar fazer com que os brasileiros enxerguem o tema "descriminalização da maconha" de forma ampla, geral e irrestrita.

"Estamos falando de uma planta riquíssima, com potencial enorme, e que só faz bem. Eu mesmo produzo muito melhor depois de fumar", afirma.

Para Bruno, "é pensar pequeno demais" achar que trazer à tona este debate seja somente um ativismo da burguesia branca intelectualizada querendo fumar seu baseado em paz. "Estamos falando de trazermos para a formalidade uma indústria de bilhões e bilhões de dólares. Poderíamos ser os maiores produtores do mundo", diz.

O livro será lançado em julho e não se restringe a depoimentos de artistas e ativistas, como Ricardo Petraglia, Fernanda Abreu, MV Bill e Marcelo D2, entre outros. Um médico, um historiador, uma ex-defensora pública e juíza federal aposentada, um promotor de Justiça e um delegado também expõem suas vivências e pensamentos (positivos) sobre a maconha.


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