SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O transporte sobre trilhos em São Paulo contabiliza cinco falhas apenas neste mês de março.
Na manhã desta quinta (30), um trem de passageiros da linha 8-diamante, operada pela concessionária ViaMobilidade, descarrilou próximo à estação Júlio Prestes, na capital paulista. Os passageiros tiveram de descer da composição e caminhar sobre os trilhos.
De acordo com a empresa, uma falha em um equipamento chamado assistente de mudança de via causou o problema.
Na manhã do último dia 18, um trem descarrilou também na linha 8-diamante, desta vez entre as estações Sagrado Coração e Itapevi. Passageiros relataram que ficaram presos nos vagões, sem sistema de refrigeração operante, e que abriram as portas por conta própria e andaram sobre os trilhos. Uma mulher passou mal e precisou ser socorrida.
Na ocasião a ViaMobilidade atribuiu o descarrilamento a uma falha em um equipamento de via.
As linhas 8-diamante e 9-esmeralda são administradas pela ViaMobilidade desde janeiro de 2022 e já acumulam diversas falhas técnicas. O Ministério Público de São Paulo investiga as ocorrências e já anunciou que poderia pedir na Justiça o fim da concessão das linhas, com quebra de contrato, além de indenizações.
As falhas no sistema de transporte não param aí. Na noite do último dia 14, dois funcionários terceirizados da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foram atropelados por um trem na linha 12-safira, entre as estações Tatuapé e Engenheiro Goulart.
Um dos trabalhadores, de 52 anos, morreu no local. O outro, de 48, foi ferido nas costas e levado para hospital. O acidente aconteceu por volta das 20h40 e, segundo a CPTM, os funcionários eram treinados para atuar no local. O caso foi registrado no 10º DP (Penha), e a Polícia Civil investiga a causa e as circunstâncias do acidente.
No dia 8 de março foram os usuários do monotrilho (linha 15-prata) os prejudicados da vez. Uma colisão frontal entre dois trens, no trecho entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto, paralisou por três horas a operação da linha, administrada pelo Metrô.
De acordo com a companhia, o acidente aconteceu por volta das 4h30, durante o posicionamento dos trens ao longo da linha. Segundo Antônio Barros, gerente de operações do Metrô, a colisão ocorreu no momento em que o carrossel de trens era preparado para distribuir os trens na via, antes do início da operação. As causas são investigadas.
No dia seguinte, nova colisão entre trens do monotrilho foi flagrada por uma equipe da TV Globo, durante a madrugada. O segundo acidente aconteceu no momento em que funcionários trabalhavam para separar os dois trens. A circulação de trens na linha 15-prata ficou suspensa naquela manhã.
Devido a um histórico de falhas e transtornos envolvendo o monotrilho, o Ministério Público de São Paulo afirmou que em abril fará uma reunião com o Metrô e o CEML (Consórcio Expresso Monotrilho Leste) para chegar um acordo para a correção dos problemas.
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social disse que também solicitará uma indenização por danos coletivos e ao patrimônio público por considerar que a obra foi mal executada.
A proposta que será feita na reunião faz parte de um inquérito, instaurado em 2020, que apura irregularidades na interrupção da circulação dos trens do monotrilho em fevereiro daquele ano, após o estouro de um pneu.
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